Foi ontem apresentado o dispositivo de prevenção da floresta da responsabilidade do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP) e que será coordenado no terreno pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF).
Este ano, estarão no terreno um total de 205 equipas, cada uma composta por 5 sapadores florestais, mais 40 do que no ano anterior e dotadas de novos equipamentos que incluem novas botas, fatos e ferramentas manuais de primeira intervenção.
Para além dos novos equipamentos de protecção individual, semelhantes aos os bombeiros e do GIPS da Guarda Nacional Republicana, estas equipas também terão um PDA onde terão informação de alertas e sobre as áreas em que irão actuar.
As equipas de sapadores terão funções de vigilância e patrulharão as áreas mais sensíveis, com especial incidência nos dias de maior risco, tendo capacidade para efectuar uma primeira intervenção rápida de modo a impedir o alastramento das chamas.
No total, serão 1.025 elementos dependentes da DGRF, espalhados por todo o País, sendo que o MADRP mantém 47 equipas próprias para actuar numa fase incial dos fogos.
Elementos da DGRF também prestarão serviço no apoio à decisão quando os incêndios atingiram grandes proporções e estarão presentes quando áreas florestais do Estado estejam em perigo.
Este ano, pela primeira vez, serão disponibilizadas equipas de analistas de incêndios e de fogos tácticos de supressão, que serão essencialmente usadas em fogos de grandes dimensões e de longa duração, dando aos elementos envolvidos no combate suporte técnico e uma visão mais global e abrangente a nível táctico.
Estes especialistas serão responsáveis pela utilização e fogos tácticos, um método muito usado pelos antigos Serviços Florestais, mas que caiu em desuso dados os riscos inerentes a este método e hoje pode voltar a ser utilizada por determinação da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Como complemento, a DGFR vai dispor de equipas equipadas com máquinas de rasto que serão utilizadas na craição de áreas de contenção durante fogos de maiores dimensões.
Durante este ano, foram efectuadas acções de fogo controlado, abrindo faixas de controle que permitem formar barreiras desimpedidas de material combustível onde os incêndios possam ser detidos e os meios de combate sejam mais facilmente posicionados, sendo que, no total, foram intervencionados desta forma 1.186 hectares, a que se juntam outros 3.400 limpos através de métodos mais convencionais.
Este é um importante esforço, mas não compensa a falta de prevenção em muitas áreas e, menos ainda, os problemas mais sérios que estão na base do aumento do número de incêndios, os quais só poderão ser combatidos através de políticas de desenvolvimento regional que fixem novamente populações no Interior.
Enquanto o esforço for, sobretudo, no combate e em acções pontuais de prevenção, continuaremos a seguir uma mera táctica de controle de danos, cujo sucesso tende a ser avaliado pelo mais ou menos que ardeu e não pelo valor bruto do que ainda falta arder, cuja área tende a diminuir anualmente, confirmando assim a derrota de uma opção seguida por sucessivos governos.
Com medidas que tendem a pressionar os cada vez menos habitantes do Interior a deslocarem-se para os grandes centros urbanos, nas quais podemos incluir opções como o encerramento de centros de saúde, escolas ou serviços públicos, mas também a falta de estímulo na criação de novos postos de trabalho, através de incentivos que compensem efectivamente o afastamento dos grandes centros, todas as medidas de prevenção e combate aos incêndios, por muito positivas que sejam, apenas permitem ganhar batalhas numa guerra que se encontra quase perdida.
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