Veículo dos bombeiros durante um fogo em 2006
Anteriormente, este Gabinete estava na dependência directa do Primeiro Ministro que, habitualmente, delegava as funções no ministro da Defesa, sendo que a transição para uma secretaria de Estado vem determinar uma interpretação diferente do tipo de ameças a enfrentar, acabando por reduzí-las, essencialmente, a situações ligadas a catástrofes naturais que envolvam, essencialmente, meios de socorro, mas levantando algumas questões quanto à valia da opção em caso de conflito militar ou de um ataque terrorista.
Esta perspectiva, algo redutora, vem limitar a valia deste orgão e centrá-lo no que será a sua área de actuação mais provável mas que pode trazer inconvenientes, inclusivé pelo simples facto de a coordenação passar de um ministro para o nível de secretário de Estado, que terá menos peso político e uma menor capacidade de decisão, essencial em situações de crise.
Admitimos que delegar a coordenação no ministro da Defesa seria algo ultrapassado, sobretudo se tivermos em conta os problemas com que actualmente nos deparamos, mas faria todo o sentido que passasse para a Administração Interna, que coordena as forças de segurança para além da protecção civil, o qual terá maior abrangência e capacidade de coordenar esforços das várias entidades e instituições que dele dependem.
No entanto, com um títular da Administração Interna que surge como uma solução de recurso e um mero substituto de quem tinha um peso político inegavelmente superior, o esvaziamento do cargo em prol de um secretário de Estado com maior experiência nesta área surge como a solução possível e transitória de um problema mais vasto, que carece de uma abordagem diferente de modo a que seja encontrado o enquadramento mais correcto.
Assim, consideramos que o Gabinete de Crise deverá passar para a esfera directa do ministro da Administração Interna, por delegação do primeiro-ministro, que poderá optar, nos casos mais graves ou que impliquem uma maior abrangência, manter sob o seu controle directo este orgão essencial na coordenação da resposta a situações de emergência particularmente graves.
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