sexta-feira, janeiro 11, 2008

Filiação partidária como critério de nomeação - 2ª parte


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Mesmo sabendo que em ambos os partidos haverá, certamente, alguém de mérito, com a capacidade para dirigir a Caixa Geral de Depósitos (CGD), estamos a eliminar de uma possível nomeação todos quantos não se identificam com os dois maiores partidos portugueses, afastando quem seja da área política de uma outra formação partidária e, o que é da maior gravidade, quem tenha optado por viver afastado da política, apenas progredindo com base no seu próprio mérito.

Este questão, que para alguns pode parecer menor, é da maior gravidade e confirma o que todos sabemos, a partilha do aparelho de Estado com base em critérios partidários, onde o mérito é secundarizado perante a filiação ou orientação política.

Não se discute se os administradores agora propostos são os mais competentes, de tal forma esta questão é secundarizada por Governo e Oposição, mas tão somente a partilha de cargos públicos que são vistos como uma mera coutada partidária e não como um meio de servir o País, devendo ser atribuido a quem melhor o pode desempenhar.

Mesmo no respeitante à nova administração do Banco Comercial Português, os avanços e recuos dos apoios, podem indiciar uma interferência política, sobretudo sobre aqueles que mais necessitam do Estado, nomeadamente, a nível de obras públicas ou de acordos de convergência de interesses.

Estranhamente, não se vê ninguém a levantar este problema que é comum na sociedade portuguesa, onde as promoções para cargos técnicos de uma certa importância, já pouco ou nada têm a ver com qualificações, competências ou empenho pessoal, mas com lealdades partidárias, que se tornam assim a prioridade de quem pretende obter um emprego com algum futuro.

A discussão em redor dos novos administradores da CGD bem pode ser extrapolada para outros níveis, mais discretos, onde as exigências para uma nomeação são as mesmas e, a bem dizer, demonstram pelos resultados, pelos jogos de interesses, pela perda de competitividade e pela pobreza de cada vez mais portugueses, muito do que há de pior na nossa sociedade.

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