quinta-feira, janeiro 24, 2008

VMER demorou 2 horas a chegar a Alijó


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Uma VMER do INEM

A demora na chegada de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) proveniente de Vila Real a Castedo, no concelho de Alijó, poderá ter estado na origem da morte de um homem de 43 anos.

A vítima faleceu devido a uma hemorragia, na sequência de uma queda na sua casa em Castedo, tendo a VMER demorado cerca de duas horas a percorrer um trajecto normalmente efectuado em 50 minutos.

Como razão da demora, os tripulantes da VMER referiram as dificuldades resultantes do espesso nevoeiro que se fazia sentir durante a noite e que impossibilitava deslocarem-se mais rapidamente.

Esta vítima faleceu numa localidade a cerca de 50 quilómetros de Vila Real e a pouco mais de dez de Alijó, cujo Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do centro de saúde foi encerrado no final do mês de Dezembro passado.

O acidente ocorreu pelas 03:30, tendo uma ambulância dos bombeiros de Alijó chegado perto de meia hora depois, mas como não dispunha de meios de socorro e de uma tripulação com a formação necessária, foi necessário chamar a VMER de Vila Real.

Já há muito que levantamos o problema de eventuais atrasos resultantes de dificuldades no trajecto ou indisponibilidade do meio de socorro primário, pelo que não nos espanta que tal tenha sucedido, sobretudo numa zona do Interior de difíceis acessos e onde as condições climáticas podem atrasar o socorro.

Uma situação como a ocorrida no concelho de Alijó, era expectável, mesmo sendo impossível de prever onde e quando, mas as condições estavam criadas a partir do momento em que a urgência local fechou e os meios de socorro não podiam assegurar que chegariam dentro do tempo previsto.

Não basta ter um mapa de Portugal para desenhar um mapa de urgências, posicionar meios de socorro ou determinar a localização de transportes, sendo absolutamente necessário efectuar simulações, prever situações de excepção, como a alteração de condições climáticas, avarias, indisponibilidades ou outras, e estabelecer planos alternativos que garantam a segurança das populações.

Há mortes que não podem ser evitadas, mas as que dependerem de um planeamento negligente, de incompetência ou de falta de trabalho deve ser investigado e os responsáveis deverão ser identificados e punidos por algo que, sendo praticado fora da área política, seria considerado como um crime grave.

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