O Ministério da Administração Interna (MAI) informou que já não será este ano que o concurso para aquisição de aviões de combate a incêndios florestais será aberto.
Segundo o MAI esta é a "melhor decisão de racionalização de custos", pelo que, se excluirmos os 9 helicópteros da Empresa de Meios Aéreos (EMA), as restantes aeronaves que irão completar as 56 anunciadas pelo ministro serão alugadas.
Este ano, estarão ao serviço da Autoridade Nacional de Protecção Civil durante a "Fase Charlie" um total de 56 meios aéreos que incluem dois aerotanques anfíbios pesados, oito aerotanques ligeiros, seis aerotanques médios, seis helibombardeiros pesados e 34 helicópteros médios ou ligeiros.
Para o MAI os seis helicópteros pesados Kamov Ka-32 da EMA "têm capacidade para substituir aviões pesados no combate a incêndios florestais", do que resulta a diminuição do número de aviões pesados.
Com apenas dois aviões pesados, presume-se que apenas estejam presentes ou os Beriev Be-200 ou os Canadair, dado que em termos logísticos não será vantajoso misturar modelos.
Por outro lado, a ideia de que os Kamov podem substituir aviões pesados pode ser enganadora se imaginarmos que o farão na proporção de um para um, sendo que ao aumento do número de meios não corresponderá, obrigatoriamente, uma maior capacidade em termos de transporte ou de largada.
No entanto, o que ressalta desta notícia é o novo adiamento do processo de aquisição de aviões de combate aos incêndios, algo que, na actual conjuntura e paga a dívida russa, não nos espanta dada a prioridade dada ao equilíbrio das contas públicas.
Lamenta-se, no entanto, quer a ideia de substituir aviões pesados pelos Kamov e, sobretudo, o novo adiamento da aquisição de meios próprios enquanto se dispende vultuosas quantias com alugueres.
Por outro lado, o adiamento de um processo de aquisição que sabemos ser moroso vem comprometer ainda mais as razões que presidiram à criação da EMA, que acaba por gerir durante um periodo cada vez mais prolongado um conjunto de meios que dificilmente justificam a sua existência como entidade autónoma.
Existe um conjunto de avaliações realizadas ao longo de anos, das quais resultaram diversas conclusões, certas ou erradas, mas que tentam ser um corpo coerente, sendo que as alterações ou adiamentos introduzidos, bem como a alteração de pressupostos, vem contrariar o trabalho realizado e relançar um conjunto de questões que pareciam estar decididas.
Inclinamo-nos cada vez mais para a ideia de que imperativos de curto prazo e uma falta de visão global preside às decisões de quem parece navegar à vista, decidindo de forma casuística e incapaz de perspectivar o País em termos de futuro em áreas tão fundamentais como os da protecção civil ou da segurança interna.
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