De um dia para o outro, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) passou a ser uma das entidades mais conhecidas em Portugal na área do socorro, infelizmente pelas piores razões, como reflexo de uma política errada que tem consequências para as populações e para quem trabalha na emergência pré hospitalar.
O INEM tem, efectivamente graves fragilidades, a começar pela falta de dotação autónoma de muitos meios de intervenção, que necessitam de recorrer a pessoal hospitalar que, fora das horas normais de serviço e com pouco repouso, desempenha missões como tripulantes de viaturas de emergência, passando pelas dificuldades de coordenação e acabando nos escassos meios atribuidos às zonas mais recôndidas do País, nas quais seria necessário um reforço imediato.
Todas estas limitações acabam por ter consequências directas para quem desempenha missões de socorro, que para além de uma óbvia desmotivação resultante da incapacidade de prestar um serviço adequado, a que se adiciona uma manifesta animosidade popular contra quem dá o seu melhor enfrentando condições difíceis.
Será esta a razão principal pela qual se justifica relatar os acidentes que ocorrem durante missões de socorro, como o que sucedeu recentemente no Porto, durante as quais as tripulações das viaturas de emergência assumem riscos pessoais com o intuito de salvar vidas, sabendo que a única compensação que terão será a satisfação de mais uma missão cumprida, a qual será, tão somente, uma mero dado nas estatísticas publicadas anualmente.
As alterações na rede de urgências terá, inevitavelmente, um preço a pagar pelas populações afectadas, mas poderá ter consequências ainda mais gravosas para quem desempenha missões de socorro nas difíceis condições em que operam muitas das tripulações, forçadas a percorrer distâncias cada vez maiores, sob quaiquer condições meteorológicas, enquanto tentam manter os tempos de evacuação que permitam continuar a salvar vidas.
Deverá existir uma responsabilização objectiva por parte de quem decidiu num sentido que, para além das discutidas consequências para as populações, aumenta as dificuldades e o nível de risco de quem desempenha missões de socorro, facto absolutamente evidente que tem escapado quer à comunicação social, quer à opinião pública.
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2 comentários:
Infelizmente acontece tanto acidente , é certo que se vai em missão de socorro , mas o pior é que as pessoas se atrapalham , antes de se desviarem por vezes atrapalham , eu infelizmente nunca tive um acidente mas uma vez ia a fazer um serviço e o meu colega numa atropassagem bateu com a ambulancia logo no meu lado o lado do pendura foi so espelho mas foi cá um susto ,infezismente ja tive amigos q tiveram acidente e foi devido a pessoas se atrapalharam qd ouviram as sirene felizmente n lhes aconteceu nada , tb tem haver com as condições meteorológicas , mas acho q a maioria é devido aos condutores da estrada :) bjos
Bom dia,
Sou formador de prevenção e segurança rodoviária - condução defensiva.
Consegui, em três anos de formação nos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, diminuir a sinistralidade nessa associação em 80%.
Para além das poupanças em recursos humanos, as poupanças em recursos financeiros são enormes, o que lhes permite continuar com um plano anual de formação credível.
Para quem esteja interessado, estou em fcd.formacoes@gmail.com ou em 912 115 809.
cumprimentos
Jorge de Gois
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