O tema da regionalização é mais um dos que surgem para desviar a atenção de problemas prementes, fazendo esquecer que existem situações cuja resolução não pode continuar a ser adiada.
Não temos muitas dúvidas que nunca haverá um referendo sério quanto à questão da regionalização enquanto a nossa classe política estiver tão desprestigiada e qualquer tentativa de criação de uma estrutura política intermédia será vista como a criação de cargos, o que será prontamente vetado pelo voto popular.
Mas, na verdade, num País pequeno, unido há séculos, com fronteiras defenidas desde há muito, sem regionalismos nem divisões internas, será difícil de justificar a regionalização com base num imperativo nacional ou regional ou com um eventual aumento da eficácia a nível de planeamento ou de decisões políticas, pelo que surge a tentação de identificar esta opção de ordenamento do território com algo diferente.
O facto é que, antes de discutir a regionalização, entendida por alguns como uma panaceia para males tão concretos como a desertificação do Interior ou as assimetrias regionais, seria necessário clarificar ideias e estabelecer um modelo de desenvolvimento integrado a nível nacional, que evite a actual descoordenação das políticas sectoriais e a sua manifesta ineficácia.
Quando não existe sequer uma coerência e coordenação efectiva de políticas a nível nacional, a ideia de regionalizar não passa de uma fuga para a frente, que apenas irá acentuar a falta de uma visão geral para o País e criar novas dificuldades na implementação de medidas que promovam a unidade e a solidariedade nacional.
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