quarta-feira, fevereiro 13, 2008

ANBP defende reformulação da Escola Nacional de Bombeiros


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Logo da Escola Nacional de Bombeiros

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, considera que a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) deve ser reformulada, sofrendo alterações profundas em termos de nível dos destinatários e dos cursos aí ministrados.

No termo de uma reunião com o novo secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, o dirigente da ANBP declarou que todos os bombeiros devem receber formação na ENB e que o quadro pedagógico desta deve ser mais abrangente.

A ENB tem manifestado falta de capacidade em termos formativos, resultanto, por exemplo, na impossibilidade de bombeiros prfissionais ou voluntários renovarem atempadamente as suas qualificações na área da emergência médica e do socorro, mas os reflexos em todas as áreas da formação são manifestos, resultanto em riscos acrescidos para quem participa em missões de socorro.

Para o presidente da ANBP, a ENB deveria ter un novo estatuto, que incluiria uma direcção própria e depender directamentes da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em vez de se manter como uma associação privada sem fins lucrativos, cujos sócios são a ANPC, como sucessora do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), a quem compete dirigir a escola.

Um estudo técnico encomendado pela ANPC à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e que mencionamos recentemente aponta exactamente no sentido da necessidade de uma maior formação dos bombeiros, considerando que esta será a principal causa das falhas no combate e na coordenação dos incêndios.

A problemática da formação dos bombeiros e dos quadros, incluindo elementos dos comandos, tem sido abordada em diversos textos, sendo a sua falta um dos factores que mais tem contribuido para o aumento do risco no desempenho das missões e para as deficiências de coordenação e de comunicações que se tendem a verificar quando se verificam operações que envolvem meios substanciais.

Questões organizativas e de logística, novas tecnologias, incluindo gestão e análise da informação, têm igualmente sido descuradas nos currículos, resultando num empirismo que, tipicamente, não permite tirar partido das inovações e das técnicas mais recentes.

Para além de uma melhor e mais contínua formação, que só será possível com a descentralização da ENB, uma mudança de mentalidades e um maior profissionalismo é também essencial para uma maior eficiência do socorro e para proteger tanto as populações como os próprios intervenientes nas missões, sendo que tal implica mais do que a reestruturação do ensino, mas sobretudo uma nova perspectiva sobre todo o sector.

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