Um dos mais conhecidos especialistas em comportamento do fogo, o professor Domingos Xavier Viegas, antevê a possibilidade de este ser "um Verão muito complicado" em termos de incêndios florestais.
Para o catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, este Verão poderá ser problemático caso a seca que se verificou até ao fim de Fevereiro, com a menor precipitação da última década, se mantenha até ao Verão.
Quando comparando a precipitação acumulada desde Setembro de 2007, com a do trágico ano de 2005, durante o qual arderam 338.000 hectares, esta é ainda menor, pelo que neste aspecto as condições de propagação de incêndios seriam mais favoráveis.
Apesar deste aviso, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) considera estar preparada para qualquer eventualidade, mesmo para os piores cenários, mas recusa-se a antecipar qualquer situação anormal para o próximo Verão.
Existe, no entanto, um factor decisivo que é necessário introduzir, concretamente as descontinuidades e barreiras naturais resultantes dos numerosos incêndios da última década e da fraca reflorestação verificada, pelo que existem hoje muito mais barreiras de contenção, diminuindo a probabilidade de ocorrência de fogos de grandes dimensões.
Mesmo com condições climáticas semelhantes às de anos complicados, o cenário global é muito diferente, para além de existirem mais meios e uma melhoria a nível de coordenação por parte da ANPC, pelo que, considerando toda a área ardida e nunca reflorestada, dificilmente se repetirão os números de 2003 ou 2005.
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