domingo, março 16, 2008

Aumento de pedidos provoca atrasos do INEM


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Meios de socorro do INEM

Os atrasos sofridos nos últimos dias no accionamento de meios de socorro através do número 112 devem-se, segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a um número anormalmente alto de pedidos de socorro, que na passada quinta-feira passou dos habituais 1.500 para os 1.900.

Nos últimos dias têm-se multiplicado na comunicação social relatos de atrasos, tendo há apenas três dias um novo caso, ocorrido na Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, uma nova situação em que a demora na activação de meios de socorro pode ter contribuido para a morte de um aluno de 14 anos.

Esta vítima de uma paragem cardio-respiratória aguardou cerca de meia hora por uma ambulância após uma colega contactado o 112, pelas 17:52.

Após cerca de 20 minutos depois, sem resposta do INEM e com a corporação de bombeiros e o hospital localizados a cinco minutos, uma auxiliar de educação contactou directamente os bombeiros de modo a que se deslocassem ao estabelecimento de ensino.

Infelizmente os bombeiros já nada puderam fazer pela vítima, apesar de tentarem a reanimação, e a chamada do CODU a accionar meios da mesma corporação só ocorreu após o aluno dar entrada no hospital, pelas 18:24.

Os contactos através do 112 para o INEM são processados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que os trata de acordo com a ordem de chegada dado que, numa fase inicial, é impossível conhecer a gravidade de cada um.

Para o INEM, a activação de meios realizou-se na altura correcta, tendo sido atrasada devido ao elevado número de chamadas e à necessidade de as processar por ordem de chegada, mas destes atrasos resultam problemas graves, dado que os casos mais urgentes não têm meios de socorro activados com a rapidez necessária.

Mais uma vez, será efectuado um inquérito sobre mais este incidente, que parece estar a repetir-se nos últimos dias e não apenas naquele em que, segundo o INEM, houve um substancial aumento de chamadas, razão pela qual se deve equacionar a possibilidade de o problema não ser pontual.

Lembramos que o maior afastamento entre os locais para onde são enviados meios de socorro e as unidades hospitalares onde estes são atendidos tem vindo a aumentar devido à remodelação da rede de urgências, do que resulta o aumento médio do tempo gasto em cada missão e a necessidade de um aumento de meios.

Por outro lado, pode haver um efeito resultante da substituição do sistema de activação de meios do CODU de Lisboa, que virá potenciar o problema anterior, com os resultados que hoje são visíveis.

Não é possível equacionar separadamente o socorro pré-hospitalar e os cuidados prestados em unidades de urgência, mas também não podemos misturá-las, supondo, erradamente, que uma pode substituir a outra, quando ambas são complementares e têm que ser preparadas para trabalhar em conjunto, com o excesso de capacidade para suprir fraquezas da outra em caso de necessidade.

2 comentários:

Paulo Ferreira disse...

Eu não quero não acreditar no que anda acontecer no INEM, agora dizem que não tem capacidade de receber tanta chamada, pois, não foram esses anormais que quiseram construir as megalómanas centrais de socorro?
Toda agente era contra isso, menos a ceita que prolifera no INEM, eles é que estavam certos, os BURROS ERAM OS OUTROS, pois agora esta ai a prova, já não faltavam listas de espera nos hospitais agora temos listas de espera no socorro.

Ainda não vi nenhuma mudança com a entrada do novo presidente, tudo não passou de uma operação de cosmética , tudo esta na mesma ou pior.

Nuno Cabeçadas disse...

Olá Paulo

Penso que a ideia era facilitar a coordenação e obter alguma economia de escala, mas a implementação correu mal e o sistema de activação parece ter problemas.

Quanto maior são os centros, melhor tem que ser a coordenação e mais eficazes as ferramentas que a suportam. Infelizmente, tal não foi conseguido e o resultado são os atrasos, com as consequências que são visíveis.

Em relação ao novo presidente, terá tido pouco tempo para introduzir alterações, mas caso estas não surjam em breve, os problemas tenderão a aumentar.

Um abraço