quarta-feira, julho 23, 2008

Arquivado o "caso Maddie" - 2ª parte


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Um cartaz do "The Sun" numa viatura da GNR

É urgente repensar a estrutura, a cooperação e a direcção da investigação criminal, reorganizando os meios e recursos disponíveis de forma a maximizar a sua eficácia e evitar duplicações, facto essencial num País de pequenas dimensões onde a excessiva dispersão resulta em desperdícios e numa eficácia reduzida que se deve, em grande parte, a um sistema de partilha de informações inadequado e a uma fraca experiência de muitos investigadores, que nunca acompanharão o número de casos suficiente para adquirir a necessária prática.

Num País que viveu durante quase meio século sob uma ditadura, existe uma óbvia dificuldade em conseguir o equilibrio adequado entre a investigação e a recolha de informações e o respeito pelos direitos e liberdades consignados na Constituição da República, facto agravado pela excessiva influência do poder político sobre áreas fundamentalmente técnicas, relativamente às quais apenas os orgãos de investigação deviam ter poder de decisão, livres de pressões de qualquer ordem.

Também a estratégia comunicacional contribuiu para o ampliar um desastre que se antevia, sendo patente que não havia uma estrutura que controlasse efectivamente as informações passadas para o exterior, de modo a obter a necessária colaboração dos média e da sociedade civil sem comprometer o segredo da investigação.

Finalmente, tal como mencionamos previamente, mais importante do que o sucesso ou o fracasso da investigação e os efeitos que tal poderá ter a nível da investigação criminal em Portugal, continua a haver uma criança cujo destino se desconhece, não obstante os indícios recolhidos, e que esta é a questão central que não deve ser esquecida.

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