terça-feira, julho 22, 2008

Arquivado o "caso Maddie" - 1ª parte


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O célebre e inútil "retrato-robot"

Há muito esperado dado o impasse e o insucesso das investigações, foi ontem anunciado o arquivamento do processo que se seguiu ao desaparecimento de Maddie McCann, ocorrido em Maio do ano passado.

Por ter sido um tema abordado no passado, sentimos que devemos recordar os textos que publicamos e que este caso vem colocar um conjunto de questões quanto ao desempenho da investigação criminal em Portugal quando esta versa crimes complexos, como os que resultaram numa série de assassinatos relacionados com os negócios da noite no Porto ou o atentado no bar "O avião" em Lisboa.

Durante anos, criticou-se a Justiça, pela sua demora, pela sua ineficiência ou pelas sucessivas polémicas em que processos mais complexos e mediáticos têm originado, mas a investigação criminal passou relativamente incólume, sustentada por um conjunto de sucessos que permitiam minimizar alguns fracassos, mas hoje todo o conjunto deve ser analizado face à complexidade inerente aos casos resolvidos e aos que se encontram pendentes ou foram arquivados.

Não se pode continuar a analizar o índice sucesso com base quantitativa, colocando ao mesmo nível uma investigação de um crime expontâneo, realizado sem preparação, que permite uma recolha de indícios e provas e uma conclusão quase imediata, e um acto planeado, cuja complexidade leva a um trabalho aturado em que as competências técnicas são levadas ao limite.

As estatísticas não revelam dados essenciais, como a relação ente a duração das investigações e o seu sucesso, sendo cada vez mais aparente que os casos mais complexos e demoram mais a investigar, são os que apresentam uma maior percentagem de insucessos, sendo que, excluindo crimes económicos e centrando-nos na criminalidade violente, os processos que não são resolvidos em escassas semanas tendem a não chegar a bom porto.

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