Por outro lado, estudos do INEM dizem que a opção pelos helicópteros nestas localizações não será a opção tecnicamente mais adequada, o que põe em causa a promessa do anterior ministro da Saúde que a fez como compensação para o encerramento de serviços permanentes sem uma alternativa real e apontando para uma solução que surge como inadequada.
A lamentável novela que se iniciou com o encerramento de serviços de urgência sem que as alternativas estivessem concluidas, passa pela inexistência de recursos adequados no socorro em zonas do Interior e termina na falta de cumprimento dos protocolos com os quais se acalmou a contestação popular, é exemplificativo de um mau planeamento, em grande parte resultante da insuficiente alocação de meios, e de promessas que continuam por cumprir, sem que haja responsabilização de quem está em falta.
Levanta-se também um dilema quanto ao cumprimento de uma promessa que envolve uma solução tecnicamente inadequada, adicionando ao erro do encerramento de serviços o da instalação de um meio inadequado, cujos custos são desproporcionados quando comparados com as vantagens, colocando-se agora a nova titular do cargo entre a opção de não honrar compromissos anteriores e a de dispender verbas públicas que seriam melhor empregues de outra forma.
A sociedade civil portuguesa, por razões culturais, educacionais e económicas, entre outras, sempre foi fraca e permissiva, com as populações a aceitar quase sempre passivamente a perda de recursos essenciais para a sua própria segurança, enquanto o País se desertifica e grande parte do território perde qualquer viabilidade económica.
Dentro de anos, continuando esta evolução, não haverá, efectivamente necessidade de instalar meios nos concelhos menciondos, pois a evolução demográfica determinará novas orientações políticas que orientarão os recursos existentes no sentido de serem utilizados em zonas onde o número de habitantes, leia-se eleitores, ainda o justifique.
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