terça-feira, setembro 23, 2008

A recente vaga de suicídios - 1ª parte


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Bombeiros diante da destruição de um fogo

Os quatro recentes suicídios nas forças de segurança, ocorridos na semana passada, merece uma chamada de atenção e um alerta, pois situações semelhantes podem ocorrer com profissionais que desempenham missões na área do socorro, ao serviço de entidades ou organizações tipicamente menos escrutinadas, e que estão sujeitos ao mesmo nível de desgaste psicológico.

Este não é um caso novo, segue a tendência nacional para o aumento do número de suicídios que se verificou nos últimos anos, mas a acumulação de ocorrências, que neste momento apenas podemos atribuir a uma coincidência, merece uma nova insistência num tema que permanece actual

No caso destes últimos suicídios, forma apontadas diversas razões que, mais do que provocar um acto desesperado, funcionam como catalizadores, culminando um processo longo, muitas vezes com sinais visíveis, mas que os responsáveis ou supervisores, independentemente das razões, não acompanharam devidamente.

Excesso de trabalho, incompatibilidades de horário, problemas e rupturas familiares muitas vezes relacionadas com colocações longe do lar, dificuldades económicas, insatisfação laboral e uma pressão constante têm sido apontadas como causas de um desgaste prolongado numa actividade frustrante e pouco compensadora, onde, mas do que o sucesso, se visa um controle de danos ou perdas.

A perspectiva de que o exito de uma missão consiste apenas numa minimização de prejuizos ou, no limite, evitar que estes existam, assumida como o maior sucesso possível acaba por ser pouco compensadora, podendo ser equiparada à de uma equipa que não pode mais do que perder por uma pequena margem ou, no máximo, alcançar um empate, mas cuja vitória está completamente excluida.

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