sexta-feira, setembro 26, 2008

INEM paga 1.000.000 de euros em horas extras


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Uma VMER acidentada em Outubro de 2005

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) gastou perto de 1.000.000 de euros no pagamento de horas extraordinárias, na sua maioria de técnicos de ambulância de socorro (TAS).

Este valor foi dispendido entre Janeiro e Agosto deste ano, e corresponde a um substancial aumento de pagamentos, quando o objectivo do INEM era precisamente controlar custos, dada a necessidade de reduzir despesas a nível de pessoal, cujo peso no orçamento da instituição ronda os 40%.

Desta forma, os objectivos de sustentabilidade financeira parecem difíceis de alançar, mas o orçamento actual dificilmente poderia prever o aumento de serviços, sobretudo nas zonas do Interior, onde o encerramento de unidades de saúde obriga a deslocações mais longas e, consequentemente, a uma maior disponibilidade de meios.

O aumento do esforço do pessoal do INEM, nomeadamente a nível de TAS, bem como dos bombeiros que tripulam ambulâncias de socorro e de transporte era uma consequência expectável, resultante da política para a área da saúde e os custos decorrentes de uuma opção mais do que discutível, cujos efeitos colaterais parecem não ter sido devidamente avaliados.

O próprio INEM reconhece que está sobrecarregado de trabalho, os bombeiros queixam-se do prejuizo decorrente do transporte não urgente de doentes e os tempos de espera pelo socorro, bem como o número de quilómetros percorridos, com o risco que tal representa para as tripulações e passageiros, começam agora a tornar-se evidentes, bem como o é a falta de previsão por parte de quem optou por esta via.

Entretanto, o INEM não tem contratado muitos dos TAS que formou, optando por sobrecarregar o quadro existente, colocando uma pressão inaceitável sobre as tripulações e aumentando o risco de acidente ou de atraso no socorro, fruto de uma opção economicista que visa não o socorro eficaz das populações, mas o equilibrio financeiro da instituição.

Presume-se que ao longo destes próximos meses o impacto real da reorganização da rede de urgências no socorro se venha a revelar e espera-se que haja a coragem política para corrigir erros, cada vez mais evidentes a todos quantos analisam os efeitos colaterais de uma opção política que, podendo ser correcta em teoria, foi mal implementada, como resultado de uma contenção orçamental inapropriada para a complexidade e risco desta remodelação.

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