Uma VMER acidentada em Outubro de 2005
Este valor foi dispendido entre Janeiro e Agosto deste ano, e corresponde a um substancial aumento de pagamentos, quando o objectivo do INEM era precisamente controlar custos, dada a necessidade de reduzir despesas a nível de pessoal, cujo peso no orçamento da instituição ronda os 40%.
Desta forma, os objectivos de sustentabilidade financeira parecem difíceis de alançar, mas o orçamento actual dificilmente poderia prever o aumento de serviços, sobretudo nas zonas do Interior, onde o encerramento de unidades de saúde obriga a deslocações mais longas e, consequentemente, a uma maior disponibilidade de meios.
O aumento do esforço do pessoal do INEM, nomeadamente a nível de TAS, bem como dos bombeiros que tripulam ambulâncias de socorro e de transporte era uma consequência expectável, resultante da política para a área da saúde e os custos decorrentes de uuma opção mais do que discutível, cujos efeitos colaterais parecem não ter sido devidamente avaliados.
O próprio INEM reconhece que está sobrecarregado de trabalho, os bombeiros queixam-se do prejuizo decorrente do transporte não urgente de doentes e os tempos de espera pelo socorro, bem como o número de quilómetros percorridos, com o risco que tal representa para as tripulações e passageiros, começam agora a tornar-se evidentes, bem como o é a falta de previsão por parte de quem optou por esta via.
Entretanto, o INEM não tem contratado muitos dos TAS que formou, optando por sobrecarregar o quadro existente, colocando uma pressão inaceitável sobre as tripulações e aumentando o risco de acidente ou de atraso no socorro, fruto de uma opção economicista que visa não o socorro eficaz das populações, mas o equilibrio financeiro da instituição.
Presume-se que ao longo destes próximos meses o impacto real da reorganização da rede de urgências no socorro se venha a revelar e espera-se que haja a coragem política para corrigir erros, cada vez mais evidentes a todos quantos analisam os efeitos colaterais de uma opção política que, podendo ser correcta em teoria, foi mal implementada, como resultado de uma contenção orçamental inapropriada para a complexidade e risco desta remodelação.
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