sábado, setembro 27, 2008

A recente vaga de suicídios - 2ª parte


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Bombeiro num quartel

No entanto, se existem estatísticas e a divulgação de suicídios entre os elementos das forças de segurança, entre os que desempenham missões de socorro, sejam bombeiros, médicos, socorristas ou técnicos, existe um quase desconhecimento desta realidade, agravada pela falta de acompanhamento que se torna especialmente evidente e grave entre os que o fazem como voluntários, os quais muitas vezes não têm qualquer seguimento ou apoio.

Um estudo realizado recentemente aponta para o enorme "stress" a que são submetidos os bombeiros portugueses, mas continua a haver falta de soluções e nem mesmo a maior profissionalização a nível do socorro, da qual deveria resultar um maior acompanhamento dada a integração numa estrutura fixa e com um tipo de organização diferente, parece ter obviado a este problema.

Obviamente, o suicídio é, normalmente, apenas o culminar de um longo processo, sendo uma situação percentualmente rara, mas as depressões, com tudo o que tal implica em termos familiares e profissionais, afectam um grande número de profissionais, muitos dos quais não têm qualquer tipo de acompanhamento ou de suporte, seja por decisão do próprio, seja por incapacidade de resposta das instituições que não implementam os sistema de rastreio e controle adequados.

Ao contrário das forças de segurança, que, apesar de alguma deficiências de da falta de descentralização, dispoem de um sistema de apoio psicológico, os bombeiros dificilmente podem encontrar estruturas organizadas que forneçam algum apoio e a enorme dispersão bem como o estatuto de voluntário de muitos elementos, que nem sempre são efectivos permanentes e, em muitos casos, surgem como quase descartáveis, agravam os problemas e dificultam a concepção de uma solução efectiva.

Compete aos responsáveis hierárquicos sensibilizar os seus subordinados para os riscos de depressão e para a necessidade de não esconder um estado depressivo nem permitir que este evolua, colocando em perigo não apenas o próprio, mas todos quantos dele dependem, seja a nível profissional, seja familiar, optando pela prevenção e antecipando as situações de risco que tendem a resultar quando se verifica este quadro clínico.

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