sexta-feira, outubro 23, 2009

Tratamento noticioso do suicídio na GNR e na France Telecom - 2ª parte


Image Hosted by ImageShack
Militares da GNR numa operação stop

A ideia de que o suicídio é contagioso, independentemente da sua validade, terá aqui pouca aplicação, pois dentro de uma instituição militar como a GNR não haverá ninguém que não esteja ao corrente, pelo que somos tentados a admitir que esta não será a razão pela forma como é feito o tratamento jornalístico deste problema.

Aliás, é de notar que existe uma especial incidência de casos entre os militares da GNR em postos no Interior, sendo que nas unidades de maior dimensão o número é menor, enquanto tal não se verifica, pelo que conhecemos, entre os que cumprem missões no exterior, onde o risco é francamente superior ao existente em território nacional.

O facto de as ocorrências se verificarem em áreas remotas, longe dos princiais centros urbanos, poderá também ter algum efeito a nível noticioso, tal como sucede com outras situações onde aquelas que ocorrem perto das cidades de Lisboa e Porto ganham especial destaque em meios de comunicação social para os quais o imediatismo tem especial importância e que remetem para a imprensa escrita o que não podem noticiar quase em tempo real.

Entre a eficácia do trabalho jornalístico, o imediatismo que se traduz em audiências, a complexidade de um tema incómodo que não pode ser abordado de ânimo leve e uma aparente falta de vontade, que pode ser consequência de pressões, algo que não é inédito na comunicação social portuguesa, este é um tema que parece haver pouca vontade de abordar.

Sem comentários: