Em textos que publicamos, mencionamos repetidamente o irrealismo do quadro de conjuntura macro-económica e as previsões constantes do recentemente aprovado Orçamento Geral do Estado e de que este foi feito partindo dos resultados pretendidos, a partir dos quais se criou um cenário fictício.
Com a confirmação dos erros destas previsões por parte das próprias instâncias comunitárias e a recusa do Governo português em efectuar mais reformas ou alterarções, para além das já aprovadas, e a conhecida falta de rigor orçamental, patente nas excepções das reduções da massa salarial aprovadas durante a discussão do Orçamento, temos, inevitavelmente, de temer o pior.
Um flagrante erro orçamental tem como consequências quase imediatas o aumento das taxas de juro ou a impossibilidade de obter os créditos necessários ao regular funcionamento dos mecanismos e instituições do Estado, resultando na falta de verbas para suprir despesas correntes, que vão desde a prestação de serviços até ao cumprimento de compromissos, podendo, no limite, chegar a falhas no pagamento de salários.
Sabendo-se que, mesmo em condições de suposta normalidade, as prioridades são muitas vezes invertidas, dando-se prioridade ao supérfulo e desnecessário e preterindo-se o que, sendo essencial, não promove as aparências e a ostentação que parecem ser o fulcro da acção política, teme-se que a vulnerabilidade do País aumente substancialmente, com consequências directas na vida de todos.
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