sábado, fevereiro 04, 2006

Grupo de Intervenção da GNR vai reforçar combate a fogos


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Combate a fogos florestais

O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, afirmou hoje que o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, com 315 elementos, vai "melhorar significativamente" o combate aos fogos florestais.

Falando aos jornalistas, António Costa disse que as medidas e o dispositivo criados pelo governo na área da prevenção e combate dos incêndios, e que está ainda "a ser construído", correspondem a "um modelo que responderá melhor" ao problema, acrescentando que "até 30 de Abril, tem que estar tudo a funcionar".

O GIPS, sublinhou, insere-se na "aposta de reforçar a capacidade de intervenção" nesta área, tal como o Serviço Especializado de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), criado já há cerca de quatro anos.

O ministro da Administração Interna presidiu também na Lousã, no auditório do Centro de Operações e Técnicas Florestais, ao encerramento do curso de formação dos oficiais do GIPS, ministrado pelo pólo local da Escola Nacional de Bombeiros.

O GIPS integra 315 militares, distribuídos por três companhias, que frequentaram um curso de duas semanas que incluiu técnicas de sapador florestal, adaptação a meios aéreos e condução todo-o-terreno, necessárias à primeira intervenção, nomeadamente combate a fogos nascentes, através de meios manuais e com apoio de um meio aéreo.

"A ameaça dos incêndios florestais exige a mobilização de todos os recursos", defendeu António Costa, frisando que o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, criado no final de 2005 e do qual o GIPS passa a fazer parte, visa "assegurar uma melhor utilização de todos os meios existentes".

Já por diversas vezes mencionamos que esta não nos parece a solução ideal, podendo mesmo ser particularmente perigosa se, como sugerem as notícias conhecidas, os elementos desta unidade tiverem um escasso treino que os torna particularmente vulneráveis em caso de imprevistos.

Não será com uma quinzena de dias de treino, por muito intenso que seja, que se pode esperar a necessária eficácia e a experiência que permita operar em segurança, sendo de recear situações onde uma súbita alteração das condições atmosféricas os coloque num perigo onde mesmo os mais bem treinados têm dificuldade em reagir.

A experiência da utilização de meios militares, com pouco ou nenhum treino, já resultou numa tragédia com a perda de 25 vidas ocorrida há anos na Serra de Sintra, podendo vir a repetir-se no caso destas unidades de intervenção rápida que deviam ser unicamente recrutadas entre os bombeiros mais experientes.

Para além da menção a "todos os recursos" ser mais do que questionável, dado que as propostas para envolver directamente a sociedade civil têm sido sistematicamente ignoradas e a nova força vai actuar apenas em 5 distritos, o investimento na reconversão de elementos da GNR será de muito menor rentabilidade do que aplicado na formação e reequipamento de bombeiros, que já possuem uma formação de base muito mais sólida e estão vocacionados para este tipo de missões.

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