Um dos muitos acidentes que ocorreram
Mas igualmente grave é o facto de serem encobertos as mortes que ocorrem após a entrada nos hospitais dos feridos resultantes de acidentes de viação, número que, sendo desconhecido, viria aumentar em muito as estatísticas que hoje sabemos não corresponderem minimamente à verdade.
Foi recentemente apresentado um estudo acerca do acréscimo possível, caso fossem contabilizados os feridos que morrem durante o primeiro mês após um acidente de viação, tendo os números aumentado substancialmente mas, estamos convictos, menos do que os que realmente se verificam.
A extrapolação de números a partir de outros países, com sistemas de emergência e de socorro diferentes, onde os cuidados hospitalares são, normalmente, de melhor qualidade, peca por falta de rigor científico, sobretudo se nos lembrarmos que a primeira hora a seguir a um acidente é decisiva em termos de sobrevivência.
Da diferença real entre os resultados obtidos noutros países europeus e em Portugal, pode-se aferir a real eficácia quer do socorro, quer da emergência hospitalar, podendo-se tirar conclusões com rigor sobre as causas pelas quais tantos sinistrados acabam por falecer em consequência de acidentes e as razões estruturais que ditam números inaceitáveis para um país europeu.
Assim, utilizar projecções que se baseiam em factores que nada têm a ver com a realidade nacional, mesmo que possa corrigir um pouco os erros que hoje se verificam, continuará a dar resultados muito abaixo da realidade, compondo umas estatísticas que nenhum Governo tem coragem para enfrentar.
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