Avião pesado Canadair CL-415 em acção
"Não vamos dispor de mais meios aéreos, mas haverá um aumento de 43% da capacidade de transporte de água", sublinhou António Costa, que falava em Viana do Castelo, no decorrer da apresentação do dispositivo distrital operacional do combate aos incêndios florestais.
Segundo o ministro, uma das "novidades" em 2006 será precisamente o envio, de forma automática, de um helicóptero para atacar os incêndios logo à nascença, porque "é um erro preservar os meios aéreos para quando os fogos já estão descontrolados", tal como referimos ontem.
"Querer apagar com helicópteros um incêndio já em fase descontrolada é como querer apagar a lareira da nossa casa a conta-gotas, ou seja, é perfeitamente ineficaz", afirmou António Costa.
Este ano, na Fase Bravo, que começa a 15 de Maio e se estende até Junho, o dispositivo nacional integrado de combate a fogos florestais disporá, em permanência, de 18 meios aéreos, um número que na Fase Charlie, de Julho a Setembro, subirá para 50.
António Costa disse que o Governo fez, ao longo dos últimos seis meses, "o trabalho de casa" para dotar o País de um novo quadro legal que lhe confira uma maior eficácia no combate aos incêndios, referindo, como exemplos, a Nova Lei de Bases da Protecção Civil, o Sistema Integrado de Protecção e Socorro e a alteração do Sistema Nacional da Defesa da Floresta contra Incêndios.
Sublinhou também a necessidade de "racionalizar" a intervenção dos meios humanos, definindo tarefas e missões, e a atribuição de equipamentos de protecção individual, como botas, luvas, capacetes e fatos, a todos quantos efectivamente participam "no teatro das operações".
O ministro realçou o facto de que a maior parte dos incêndios florestais resulta de negligência humana, e, por isso, apelou à participação "de todos" na prevenção, evitando comportamentos de risco, pondo especial ênfase no lançamento de foguetes, este ano completamente proibidos.
"É um apelo impopular, mas essencial: que este ano não haja foguetes que ameacem as nossas florestas, para que a alegria das festas e festividades não se transforme em grande tristeza", disse António Costa.
Na "Fase Bravo", o dispositivo nacional contará, em permanência, com 1.780 bombeiros e 413 veículos, além de vários outros elementos da GNR, do Instituto para a Conservação da Natureza e de equipas de sapadores, enquanto na "Fase Charlie", o número de bombeiros subirá para 5.100 e o de veículos para 1.188, números que já comentamos previamente.
Também já comentamos a questão de ser apontado sistematicamente para factores humanos as causas da maioria dos incêndios, numa perspectiva que visa ocultar a falta de eficácia das medidas governamentais de ordenamento do território e a responsabilidade das autarquias locais na falta de implementação dos planos a que são obrigadas.
Tal como referimos, voltaremos à questão da nova opção táctica na utilização dos meios aéreos, nomeadamente se foram adoptados os Kamov Ka-32, bem como aquelas que derivam do atraso na legislação relativa ao sector.
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