quinta-feira, maio 04, 2006

Ministro desvaloriza críticas à integração dos guardas florestais na GNR


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Guarda Florestal numa escola

O ministro da Administração Interna, António Costa, desvalorizou ontem as críticas ao processo de integração dos guardas florestais na Guarda Nacional Republicana (GNR), afirmando que quaisquer problemas "vão ser resolvidos paulatinamente".

António Costa assistia em Lisboa à integração na Brigada Territorial 2 da GNR de guardas florestais que vão integrar o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente daquela força, numa cerimónia que se repetiu em várias unidades em todo o País.

Confrontado com críticas à forma como os guardas florestais foram recebidos nas respectivas unidades, que a Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública descreveu como "humilhante", com "condições de trabalho subvertidas e estatuto funcional desvalorizado", o ministro afirmou que é "natural que haja dúvidas" sobre as funções futuras.

"Não há motivo para angústias", garantiu o Ministro, salientando que a GNR receberá os guardas florestais "de braços abertos".

O comandante-geral da Guarda, tenente-general Mourato Nunes, reconheceu que pode haver "situações pontuais" de dificuldade de integração atribuíveis a "desfasamentos imputáveis quer à GNR quer à Direcção-Geral de Florestas", que os tutelava.

"Temos feito tudo para que os guardas florestais se sintam bem e integrados, mas é natural alguma ansiedade, com novos hábitos e formas de trabalhar", afirmou ainda Mourato Nunes.

Num comunicado divulgado hoje, a federação sindical apontou situações alegadamente registadas em distritos como Viana do Castelo e Bragança, onde "ninguém tinha quaisquer instruções" sobre o que fazer com os guardas florestais ou relativamente ao trabalho que vão desempenhar, enquanto continua a reclamar uma "definição das condições de trabalho dos guardas na transição para o quadro de pessoal civil da GNR".

O corpo da guarda florestal passou, a partir de ontem, a integrar a GNR, desempenhando funções no Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, que dispõe de um efectivo de 400 elementos.

Sem por em causa a recepção por parte da GNR, que cremos só terá tido falhas por insuficiencias da instituição, mas nunca por intencionalidade, a situação dos guardas florestais é delicada, tal como acontece sempre que se tenta integrar elementos civis no seio de forças militares.

No entanto, a questão principal é se esta é a opção correcta e se os serviços que cada vez mais se pretendem integrar na GNR, muitos dos quais pouco ou nada têm a ver com uma instituição de carácter militar, será a mais adequada, facto que já questionamos quando da criação do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro (GIPS).

Na verdade, pouco se sabe acerca das razões pelas quais se verifica uma cada vez maior concentração de funções e meios típicos da protecção civil na GNR, mas uma nova leitura de um texto que publicamos, poderá trazer alguma luz sobre esta sequência de decisões.

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