Veado a descansar na tapada de Mafra
No total, foram gastos 1.500.000 de euros na reflorestação e na recuperação de infra-estruturas destruídas pelo fogo no que, segundo o director da Tapada, Ricardo Paiva, "é um caso exemplar de recuperação da área ardida", que garante que o essencial em termos de política florestal está feito.
"A maioria das medidas previstas no Plano de Desenvolvimento Sustentável da Floresta para Tapada de Mafra já está implementada", dando como exemplo "dividimos o espaço em 12 parcelas e procedemos à reflorestação, limpeza de matos e fogos controlados em cada uma dessas áreas. Plantamos árvores folhosas ao longo das linhas de água (os freixos, sobreiros e carvalhos funcionam como um obstáculo à propagação do fogo) e limpamos 100 metros à volta do muro da tapada, para nos defendermos dos incêndios exteriores".
Em termos de infra-estruturas, foram cconstruidos três açudes para abastecer autotanques e uma área de aterragem para helicópteros e optou-se pela aquisição de meios próprios de combate aos fogos, pelo que a Tapada dispõe agora de três viaturas de combate a incêndios e de uma cisterna com capacidade para 4.000 litros.
"Deixámos de fazer só prevenção e passamos a fazer combate. Há um tempo decisivo que decorre entre a primeira intervenção e a chegada dos bombeiros, por isso, estes meios são essenciais", salientando que este ano, e pela primeira vez, foi possível proceder à limpeza de espaços florestais exteriores à Tapada.
"Com o apoio do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios reduzimos combustíveis fora da Tapada. Limpamos cerca de 20 hectares numa zona de entrada de fogos, porque os grandes incêndios têm origem no exterior", diz este responsável.
No total "foram plantados 250 hectares de floresta, o que equivale a mais de 40.000 árvores. Reconvertemos as áreas ardidas de pinhal bravo em florestas mistas, cuja base é o carvalhal, e estamos a plantar áreas que tinham matos com árvores folhosas".
Segundo o director, a melhor prova desta recuperação é que as aves de rapina continuam a viver na Tapada, bem como outras espécies, como os gamos, veados e javalis, que beneficiam da existência da renovação das pastagens.
Para aqueles que já se esqueceram deste incêndio, cujo fumo cobriu a cidade de Lisboa, e que, para além da Tapada de Mafra, atingiu também o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, vimos recordar que mesmo áreas florestais da maior importância continuam particularmente vulneráveis, ameaçando espécies e ecossistemas inteiros e colocando em perigo as próprias populações.
O exemplo da Tapada de Mafra é de louvar, e gostariamos de o ver replicado em muitas outras áreas, porque acaba por ser um caso isolado em termos de recuperação, num País que vê anualmente diminuir a sua mancha florestal.
1 comentário:
Peço desculpa por comentar um post tão antigo, mas poderia dar exemplos de outras zonas florestais publicas que necessitem de reflorestação?
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