O presidente da Câmara Municipal de Monção, o socialista José Emílio Moreira, considerou ser "vergonhoso" o facto de não haver durante a "Fase Bravo" em todo o Minho "um único helicóptero disponível" para o combate aos fogos florestais.
"Há dinheiro para submarinos, há dinheiro para helicópteros das Forças Armadas, mas pelos vistos não há dinheiro para meios aéreos para o combate aos fogos florestais", criticou José Emílio Moreira, em declarações à Agência Lusa.
O autarca insurgiu-se assim com o facto de um incêndio florestal que deflagrou cerca das 13:00 de quarta-feira na freguesia de Trute, concelho de Monção, que se estendeu à freguesia de Anhões e que às 22:30 de ontem ainda não estava circunscrito, estar a ser combatido apenas com meios terrestres.
"São locais de floresta muito densa e de difíceis acessos, pelo que os meios aéreos seriam fundamentais para controlar as chamas", acrescentou.
O 2º comandante dos Bombeiros Voluntários de Monção, João Parra, declarou que o combate às chamas está a ser dificultado também pelo "muito vento" que se faz sentir na região, adiantando que "nesta situação, não é possível prever quando é que o incêndio estará circunscrito".
No combate às chamas estão envolvidas as corporações de bombeiros de Monção, Valença e Arcos de Valdevez, num total de 25 homens e oito viaturas.
Na chamada "Fase Bravo", que vai de Maio a Junho, o dispositivo integrado do distrito de Viana do Castelo integra, permanentemente, 28 bombeiros e 7 veículos, sem qualquer meio aéreo, números que, na "Fase Charlie", de Julho a Setembro, subirão para 98 e 23, respectivamente, além de um único meio aéreo.
Este dispositivo, francamente insuficiente em caso de incêndios de maior dimensão, normais quando as temperaturas atingem os valores que só são esperados a partir de Julho, resulta de uma franca sub-avaliação das necessidades e de uma política economicista cujos resultados são patentes.
A existência de uma força de reserva com grande capacidade de mobilidade, que poderia ser semelhante ao Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR mas constituida por bombeiros experientes, poderia colmatar este tipo de situação, evitando que corporações sem o equipamento adequado lutem durante horas com pouco sucesso.
Infelizmente, até que esta reserva exista ou estejam disponíveis os meios previstos para a "Fase Charlie", esta é uma situação que certamente se irá repetir.
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1 comentário:
E receio que com o Mundial 2006 a questão dos incêndios passe para um plano tão secundário que nem a GNR tenha formação.
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