Exemplo do interior de uma "motor-home"
"Pela primeira vez no País, vai-se garantir assistência técnica no terreno, contrariamente ao que sempre tem sucedido, em que a aeronave avariada é deslocada para uma oficina e passa lá vários dias ou até semanas em reparação", segundo declarou ao Diário de Notícias Paulo Galacha, presidente da direcção da Associação de Ensino e Resposta a Desastres (AERD).
A ideia é ter "equipamentos espalhados pelas zonas onde estejam concentrados mais helicópteros em acções de combate a incêndios, usando grandes camiões TIR, que são autênticas oficinas de aeronáutica sobre rodas, deslocam-se para essas áreas, seguindo também para lá carros que transportam peças para reparar as aeronaves".
"Por via aérea são transportados engenheiros e equipamentos de análise e medida para verificar as aeronaves", adiantou Paulo Galacha que garante que assim, "os dez helicópteros da plataforma aérea permanente do Estado vão ter tempos de paragem mínimos e grandes vantagens em termos de operacionalidade".
Além disso, este serviço de manutenção "também inclui apoio aos pilotos nas fases de descanso e enquanto os helicópteros estão parados para reparação".
Uma "motor-home", um camião semelhante a uma das autocaravanas que estamos habituados a ver na Fórmula 1, desloca-se para alojar comodamente as tripulações durante esses períodos, evitando-se que o piloto passe horas e horas sentado numa pedra ao lado do aparelho avariado à espera que alguém o vá buscar.
"Os serviços de assistência técnica funcionam 24 horas por dia durante 365 dias por ano e já estão incluídos no negócio que o Estado celebrou com a Heliportugal para adquirir quatro helicópteros ligeiros e seis médios", revelou o mesmo responsável, que adiantou que aquela empresa contratou a logística de operações da AERD para participar no apoio à assistência especializada.
"Em Janeiro de 2007 chega o primeiro helicóptero médio adquirido pelo Estado português", referiu Paulo Galacha, que acrescentou que os restantes cinco "são entregues à medida que vão sendo fabricados na Rússia".
Estes aparelhos, 6 Kamov Ka32, no valor de 42.000.000 de euros, com capacidade para transportar 4.800 litros de água e 4 Eurocopter, no valor de 2.200.000 de euros, capazes de transportar até 1.000 litros de água, foram adquiridos na sequência de um processo que já levou os restantes concorrentes a contestar os resultados
A ideia da assistência no local, sendo interessante, obriga, no entanto, à existência de vias de comunicação que permitam a um camião TIR aproximar-se do helicóptero avariado, sem o que este terá que ser removido como até agora.
Infelizmente, e apesar da capacidade do Kamov para operar mesmo com algumas avarias, o risco de prolongar o voo até uma área onde o acesso da assistência seja mais fácil e possa ser realizado no local parece-nos inaceitável, sendo contra todos os procedimentos de segurança aeronáuticos, pelo que só com mais detalhes se poderá avaliar devidamente esta opção.
Apesar dos anúncios sucessivos, o facto é que este processo de aquisição promete ainda fazer correr muita tinta e o debate só ficará concluido, provavelmente, após decisão em tribunal ou até haver certificação para transporte para os Kamov.
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