quarta-feira, maio 31, 2006

Dois bombeiros feridos em despiste


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Os acidentes com veículos de bombeiros são comuns

O autotanque dos Bombeiros Voluntários da Sertã, que se despistou, anteontem à noite, numa rotunda à entrada da vila, vai fazer muita falta à corporação.

Segundo o comandante Luís Simões, "era o único tanque com capacidade para 32.000 litros de água", pois os outros três ao dispor da corporação são mais pequenos.

No acidente, ficaram ligeiramente feridos dois bombeiros, o motorista, de 27 anos, e uma bombeira, de 29, regressavam de um incêndio em Proença-a-Nova quando, ao entrar numa rotunda de grandes dimensões, à saída do IC8, sucedeu o acidente.

"O rodado terá tocado no lancil da rotunda e, a partir daí, o condutor perdeu o controlo da viatura", explicou o comandante, garantindo que "não seguia em excesso de velocidade".

Na ocasião, o autotanque transportava cerca de 15.000 litros de água, o que poderá ter contribuído para o despiste, de acordo com Luís Simões.

Os dois bombeiros receberam assistência médica, tendo a jovem sido transportada para o Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, por suspeita de fractura num braço, o que acabou por não se confirmar.

Segundo o comandante, o veículo ficou bastante danificado, mas, "em princípio, terá condições para ser reparado", sendo, no entanto, impossível utilizá-lo nesta próxima campanha de incêndios.

Já alertamos para a especificidade da condução de veículos de emergência, nomeadamente ambulâncias e autotanques dado que normalmente acarretam riscos acrescidos.

Se no caso das ambulâncias, os perigos são intuitivos e derivam normalmente da pressa, o caso dos autotanques passa mais desapercebido e factores como o peso e a súbita variação do centro de gravidade, quando estes se encontram meio cheios, são por vezes negligenciados.

Mais perigoso do que transportar um reservatório cheio de água, a qual pouco se move devido à falta de espaço, é ter um nível intermédio, de modo a que a inércia projecte esta massa no sentido do movimento do veículo, dificultando travagens e contrariando as curvas.

Para quem está habituado a efectuar transportes, nomeadamente a distribuir carga em navios, o perigo de carregar uma enorme massa solta, que se move ao sabor do movimento do veículo e com tendência a prolongá-lo, é sinónimo de desastre eminente, razão pela qual este assunto deve ser objecto de alerta a nível das várias corporações.

Caso não seja possível, por qualquer razão, conduzir a velocidade moderada ou num piso que ofereça segurança, a nossa sugestão é a de que a água seja totalmente esvaziada, mesmo que a tal corresponda um desperdício, evitando assim acidentes como o que relatamos.

Temos vindo a insistir na necessidade de uma formação permanente nos corpos de bombeiros e no facto de não bastar ter carta de condução para habilitar a conduzir, com um nível de risco aceitável, um veículo de emergência sobretudo em situações de maior stress.

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