segunda-feira, agosto 21, 2006

Fogos podem regressar após as chuvas


Image Hosted by ImageShack
Land Rover dos Produtores Florestais de Coruche

O ministro da Administração Interna, António Costa, remeteu um balanço final dos incêndios florestais deste Verão para 15 de Outubro, dia em que termina o plano nacional criado este ano pelo Governo para enfrentar o problema dos incêndios, admitindo que os fogos poderão regressar após o actual período de chuvas.

No final de uma reunião no Governo Civil de Coimbra, António Costa disse aos jornalistas que "tem havido uma boa e correcta articulação" entre as diferentes entidades que integram o dispositivo de prevenção e combate de incêndios, mas que é preciso "que cada dia possamos melhorar as condições de actuação até 15 de Outubro".

Segundo António Costa, ocorreram já este ano no distrito de Coimbra mais incêndios do que em 2005, com 700 contra 680, do que resultou, até hoje, na destruição de 900 hectares de floresta, contra 26.000 hectares de área ardida no ano passado.

Recorrendo ao auxílio de uma carta de apoio ao combate e circunscrição de incêndios no distrito de Coimbra, da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, o ministro negou que o actual balanço positivo se deva ao facto de as zonas florestais da região terem sido particularmente atingidas em 2005 e que admitir que "não existe mais para arder" no distrito, nomeadamente no concelho da Pampilhosa da Serra, onde o fogo lavrou vários dias, em Agosto de 2005, "é uma expressão no mínimo algo exagerada".

"Este ano, há mais ocorrências e menor área ardida no distrito", acentuou, lembrando que Coimbra foi há um ano "um distrito muito fustigado pelos incêndios".

Em Agosto de 2005, neste distrito, os fogos florestais atingiram particularmente os concelhos de Pampilhosa da Serra, Miranda do Corvo e Coimbra, onde as chamas avançaram mesmo para áreas residenciais.

Como mencionamos anteriormente, a redução e descontinuidade de áreas verdes permite um combate mais eficaz, dada a existência de barreiras naturais e à possibilidade de concentrar os meios de modo a defender com maior eficácia o que resta da floresta.

Esquecer os efeitos dos incêndios de anos anteriores para com isso justificar um maior sucesso no combate, para além de demagógico, é de uma flagrante falta de rigor, dado que mesmo sabendo que houve melhorias a vários níveis, estas não correspondem à diminuição de área ardida.

Brevemente iremos propor uma abordagem diferente da questão da área ardida e da maior ou menor eficácia que estes dados podem revelar, dado que a menção permanente a valores brutos é enganadora e distorce a realidade, criando uma perigosa ilusão de que houve francas melhorias quando estas podem ser apenas marginais ou conjunturais.

Sem comentários: