terça-feira, outubro 31, 2006

Bombeiros criticam equipas do GIPS da GNR


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António Costa cumprimenta bombeiros

Na primeira Assembleia Geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real, realizada em Peso da Régua, no rescaldo da campanha deste Verão, ouviram-se críticas aos elementos do Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Uma das queixas era o facto de as equipas de GIPS, previstas para actuar numa primeira intervenção, abandonarem o cenário do incêndio sem que o fogo estivesse controlado, traduzido, segundo as palavras de um comandante, por "às 19:00 iam embora e deixavam o monte a arder".

Num clima de descontentamento geral, o presidente da Federação Distrital, Alfredo Almeida, considerou que "há uma relação difícil no terreno entre os GIPS da GNR e os bombeiros. E há uma desvalorização da importância do trabalho dos bombeiros no combate dos fogos florestais".

A tensão entre bombeiros e elementos da GNR deve-se em parte, segundo este responsável, ao Governo por não ter estabelecido normas de articulação no terreno entre as duas forças e considera que "o papel das equipas da GNR tem sido um pouco duro e pouco dialogante".

Para Alfredo Almeida, "quem faz o ataque e o combate aos fogos são os bombeiros", tendo sido defendido que os GIPS actuem apenas na "prevenção e fiscalização", que adianta ir dar conhecimento dos atritos ocorridos nos concelhos de Boticas, Chaves e Valpaços à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

"Para que, no futuro, haja mais atençao aos bombeiros de Portugal e para que lhes sejam dados meios que não lhes foram fornecidos. O Governo tem esquecido o papel dos bombeiros nos fogos. Houve fardamento e botas que não chegaram a tempo para os fogos florestais, bem como algum material para carros combate a fogos", comentou este dirigente, lembrando as promessas do Governo.

O facto de aos GIPS ser atribuida a missão de primeira intervenção não justifica, naturalmente, que se afastem de um incêndio antes de a situação estar, pelo menos estabilizada, com um número de efectivos suficientes para um combate eficaz e sem riscos excessivos.

Compreende-se que as equipas de GIPS retirem antes de um fogo estar circunscrito, se não houver populações ou habitações em risco, no caso de terem que efectuar uma nova intervenção onde a sua intervenção seja decisiva, mas tal deve ser efectuado em diálogo com os bombeiros e num processo de transição que não ponha em risco os intervenientes no combate às chamas nem leve a uma situação de descontrole.

Consideramos, no entanto, que grande parte dos problemas são de raiz política e devem-se à forma como o GIPS foi constituido, treinado e equipado, secundarizando os bombeiros no discurso de vários governantes que parecem esquecer qual o peso relativo de uns e de outros no combate às chamas.

Voltamos a insistir na necessidade de reequacionar o futuro do GIPS e, sobretudo das estruturas de socorro em Portugal, numa perspectiva global, consensual e que tenha em conta o potencial e as necessidades de todos os intervenientes e, como ponto central, as populações que deles necessitam.

2 comentários:

Anónimo disse...

Penso mesmo que certos responsaveis pelos bombeiros estão mais interessados nestas guerrinhas com os GIPS do que na salvaguarda da nossa floresta.
Claro que os GIPS não estão na area da prevenção pois não foi para isto que esta força foi criada. Fiscalização sim, e ja o têm feito.Combate ( 1º ataque ) tambem. Pessoalmente acho os GIPS de grande interesse pois é o caminho que se deve seguir. Claro que isto não tira o lugar aos bombeiros. Lamento que se bata sempre na mesma tecla de não ter meios e os "outros " têm melhor equipamento. Em vez de tentar ser competente e eficaz, sempre as mesmas lamurias. O que se deve fazer é tentar fazer o melhor possivel com aquilo que se têm. Infelizmente nem sempre acontece.
P. Gonçalves

Anónimo disse...

Por acaso voçês tb são contra os sapadores florestais? E tb não os vejo fazer tanto barulho contras as empresas privadas de ambulâncias....ah e se calhar tb não gostam do INEM não é?