terça-feira, junho 19, 2007

Portugal é um dos três países mais desertificados da Europa


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Um deserto, uma imagem cada vez mais próxima

Análises realizadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Desert Watch revelam que Portugal é um dos três países mais desertificados da Europa, em conjunto com a Itália e a Turquia.

Com base em imagens de satélites da ESA, a análise que começou a ser feita em 2004 demonstra esta evidência preocupante que se faz sentir em território nacional e é cada vez mais sentida por todos.

Este projecto, desenvolvido em conjunto com a Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD), será objecto de melhoramentos a nível operacional e na consolidação de resultados a fornecer aos governos de modo a que estes possam tomar medidas de combate contra a desertificação.

Segundo a ESA, a desertificação coloca em risco a saúde e o bem-estar de mais de 1.200.000.000 de pessoas em mais de 100 países em todo o Mundo e tem tendência a afectar áreas cada vez maiores e com maior número de habitantes.

Este alerta, que se repete sem grande sucesso, não tem tido acolhimento por parte dos governos dos países mais atingidos, que não implementam medidas reais que combatam a desertificação dos solos, do que resultará uma migração humana e a alteração da estrutura produtiva e da organização da própria sociedade.

Adiar o estudo e implementação de medidas estruturadas pode levar a uma situação sem retorno, com recursos naturais insuficientes para as necessidades básicas de uma população envelhecida e comprimida em áreas habitáveis cada vez mais pequenas e incapazes de prover ao sustento dos seus habitantes.

Ao invés, temos assistido a uma falta de planeamento onde medidas desconexas são adoptadas sem que exista uma efectiva avaliação prévia dos seus efeitos colaterais nem da forma como irão interagir com estruturas sociais e económicas actualmente existentes e que poderão ser levadas a desagregar-se.

Um dos factores que mais têm contribuido entre nós para o agravar desta situação são os incêndios florestais do que resulta um menor nível de protecção dos solos, maior erosão e destruição de espécies típicas das regiões atingidas.

A necessidade de encontrar factores de sustentibilidade, a par com o reduzido investimento público, resulta em medidas ou opções de muito curto prazo com a substituição das espécies destruidas por outras que cresçam mais rapidamente e rentabilizem a curto prazo os terrenos, mas que comprometem seriamente a utilização dos terrenos a médio e longo prazo.

Lembramos que já publicamos diversos textos onde a problemática de uma falta de visão integrada e de conjunto leva a susbstituir o planeamento e as ideias pelo betão, numa tentativa de mostrar trabalho que, efectivamente, é apenas virtual por estar desligado das reais necesidades do País.

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