O incêndio que começou a lavrar esta manhã no concelho de Mértola, no Alentejo, alastrou para Alcoutim, no Algarve, ao cair da noite e mantinha duas frentes não controladas.
As frentes a Este e a Oeste continuam por dominar, enquanto a de Norte já se encontra em fase de rescaldo, sendo ainda impossível de prever quando este incêndio estará dominado.
Numa zona de declives acentuados e com um vento que, não sendo muito forte, muda constantemente de direcção, mais de 130 bombeiros, apoiados por 38 viaturas, têm enfrentado dificuldades para dominar as chamas, esperando-se que a descida de temperatura e o aumento da humidade possa dar um contributo para circunscrever as chamas.
Durante o dia os dois aerotanques Beriev Be200, dois Dromader e um helicóptero participaram nas operações, sendo obrigados a retirar-se ao cair da noite, numa altura em que a área ardida já passava dos 200 hectares.
Para além deste incêndio, mantinham-se activos ao cair da noite, fogos no Sardoal, em Tomar, em Abrantes, todos no distrito de Santarém, e em Alcobaça, no distrito de Leiria.
O incêndio no Sardoal, que começou às 13:46, mobilizou perto de 200 bombeiros com 60 viaturas, tendo contado ainda com um helicóptero e dois aerotanques.
Em Tomar, o fogo começou pelas 17:12 no lugar de Sabacheira e foi combatido por 63 bombeiros com 17 viaturas, auxiliados por um helicóptero e dois aviões.
No concelho de Abrantes, em Lercas, um incêndio que começou pelas 18:30, mobilizou 30 bombeiros apoiados por nove viaturas.
Finalmente, em Alcobaça, um fogo que começou no Bárrio às 18:14, foi combatido por 49 bombeiros com uma dezena de veículos, entrando em fase de rescaldo pelas 18:55.
Apesar de se terem vivido situações graves, este foi mais um dia escolhido pelo Ministro da Administração Interna (MAI) para minimizar a importância das condições meteorológicas, as quais têm condicionado de forma decisiva quer o comportamento do fogo, quer as estatísticas que têm vindo a ser divulgadas.
Estes comentários do titular do MAI, por irrealistas, bem mereciam ser devidamente analisados para verificar se o próprio acredita naquilo que diz e que é desmentido pela realidade.
Mesmo sem números oficiais, pensamos que esta 2ª feira foi o dia mais complicado desta "Fase Charlie", não apenas pelo número de ocorrências, mas também pela sua extensão, mas espera-se que durante a noite e com o arrefecimento previsto para amanhã, todas as situações fiquem controladas.
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