sábado, dezembro 08, 2007

Alguém se lembra quando havia responsabilidade política?


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O então ministro Jorge Coelho

A queda de um helicóptero de combate a incêndios durante uma missão, de que resultou a morte do piloto, bem como o acidente com um Dromader que causou outra vítima mortal, merecem uma reflexão a nível da responsabilidade política e das atitudes de alguns dos títulares de cargos governativos.

Quando a ponte de Entre-os-Rios caiu, o então responsável pela pasta que tutelava a rede viária, demitiu-se de imediato, usando na altura a expressão "a culpa não pode morrer solteira".

Esta frase do ex-ministro Jorge Coelho, que usamos por diversas vezes, continua a ter um significado especial para todos quantos pretendem que as responsabilidades sejam apuradas até ao fim e creem que, para além de uma vertente objectiva, deve haver uma responsabilização política por parte de quem tutela o sector.

Quando o titular do Ministério da Administração Interna afirma que "o piloto era um homem experiente, jovem e cheio de saúde. A pior homenagem que lhe podemos prestar é lançar dúvidas", estamos diante de uma óbvia contradição.

A pior homenagem que se pode prestar ao piloto falecido é não apurar a verdade, escamotear o que realmente aconteceu e não aprender com os erros, permitindo que mais mortes em circunstâncias semelhantes ocorram no futuro.

Igualmente grave é a manifesta irresponsabilização dos detentores de cargos políticos quando comparado com o que sucede ao cidadão comum se este comete um erro semelhante.

A título de exemplo, se um cidadão comum, tendo essa capacidade, não evitar que alguém que não está em condições de conduzir o faça, por não ter habilitações, estar medicado, ter ingerido álcool ou substâncias psicotrópicas, entre outras, é, muito justamente, responsabilizado criminalmente.

Em contrapartida, se um decisor político, que tem assessores, conselheiros e especialistas ao seu dispor, não apenas permite, mas decide enviar para uma dada missão quem não está devidamente qualificado para a desempenhar, nem é responsabilizado politicamente nem, como deveria ser, acusado pelo crime cometido.

Aparentemente, longe vão os tempos em que os decisores políticos se apressavam a assumir as suas responsabilidades, facilitando um apuramento dos factos tão objectivo quanto possível e dando ao País um exemplo que, hoje em dia, parece ter sido esquecido.

3 comentários:

E disse...

Os benefícios da EMA em ser uma empresa pública é ter mais alguém que assuma a responsabilidade pelo sucedido... lógico, não é?

Não gosto do actual Ministro do MAI. Diz coisas que não devia aos órgãos de Comunicação Social. Como essa. Falar sem saber é no que dá.

Preferia o António Costa.

acessor -> "assessor"

Nuno Cabeçadas disse...

O Dromader não pertencia à EMA e não será esta a assumir responsabilidade política, mas estou quase a acreditar em tudo.

O atual ministro para além de falar do que não sabe, tem uma atitude de arrogância que só agrava as coisas.

Este problema nem sequer está limitado à Protecção Civil, abrange as forças de segurança e nem imagino por que razão foi escolhido para o cargo quando nem sequer sabe lidar com parlamentares ou jornalistas.

E disse...

Porque é um "idiota útil", milita no PS, membro da Maçonaria "Grande Oriente Lusitano", e além de ter que usar aventais, confia demais nos seus assessores (estes também metem os pés e não confirmam a informação).