quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Não há avaliação da actuação do INEM


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Ambulância do INEM num acidente

Apesar de haver melhorias na assitência pré-hospitalar, quando avaliada isoladamente e sem ter em conta o encerremento de unidades de saúde e o subsquente tempo de intervenção, continua a não haver critérios de avaliação objectivos que permitam a recolha de um conjunto de dados essenciais ao planeamento.

Mesmo em termos de legislação, não existe a imposição de um tempo máximo para que seja prestado socorro às vítimas, nem critérios que orientem o planeamento e a localização dos meios de acordo com uma avaliação em termos qualitativos que devia ser realizado por uma entidade de supervisão externa.

Efectivamente, nem o ministério da Saúde, nem o próprio Instituto Nacional de Emergência Médica têm dados estatísticos relativos aos tempos de intervenção por meio activado, velocidades médias, e tantos outros necessários a um planeamento que aumenta de complexidade à medida que as distâncias aumentam em consequência do encerramento de urgências sem que existam alternativas.

Mesmo o processo decisional a nível do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) pode ser comprometido pela falta de informação actualmente disponível, que dificulta a determinação do meio adequado melhor posicionado de acordo com um conjunto de variáveis que podem incluir desde as condições climáticas ao estado das vias, passando pela necessidade de manter uma visão de conjunto que não crie novas vulnerabilidades caso surja outro pedido urgente.

A instalação de um sistema de referenciação geográfica, capaz de efectuar o seguimento dos veículos em movimento bem como de dar informação relativamente aos meios accionáveis, seria um contributo importante e, com as tecnlogias actuais, relativamente fácil de implementar, permitindo a visualização dos meios sobre um mapa digital disponibilizado, por exemplo, pelo Google Earth.

É essencial dotar o INEM dos meios de coordenação e controle, bem como das ferramentas informáticas, que permitam uma melhor capacidade de planeamento e de resposta e estabelecer um conjunto de critérios de avaliação capazes de aferir da evolução do serviço prestado, assinalar eventuais erros e apontar para soluções.

Sem uma avaliação objectiva, é impossível melhorar de forma racional e planeada o serviço prestado, caindo-se em medidas casuísticas, em experimentações perigosas e, sobretudo, em falhas graves, que tendem a ser pagas com a perda de vidas humanas.

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