sábado, abril 19, 2008

Atraso de ambulância do INEM na origem de mais uma morte


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Uma ambulância SIV numa missão

Um atraso no socorro, reconhecido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), terá sido a causa da morte de um idoso, que faleceu em Canelas, concelho do Peso da Régua.

Segundo o comunicado do INEM, o atraso deveu-se a "um imponderável provocado pelos caminhos sinuosos da zona", sendo este caso "infelizmente demonstrativo de algumas dificuldades que as equipas de emergência pré-hospitalar enfrentam no dia-a-dia".

A vítima sentiu-se mal, com dificuldades respiratórias, tendo sido efectuado o pedido de socorro para o 112 pelas 02:20 após o que o INEM enviou o alerta às 02:37 para o CODU Norte, tendo este accionada a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) baseada no Peso da Régua, que se pôs a caminho imediatamente.

Pelas 03:11, a SIV contactou o CODU, informando que estava imobilizada, encontrando-se atolada e bloqueada numa curva íngreme da estrada, já relativamente perto do local da ocorrência, tendo sido apenas desatolada na manhã seguinte.

Como substituição, foram accionadas uma ambulância dos bombeiros da Régua, que foi o primeiro meio de socorro a chegar, e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) baseada em Vila Real, que chegou pelas 04:00.

Apesar dos esforços de reanimação, os bombeiros não conseguiram salvar a vida deste homem de 88 anos, que faleceu após uma agonia de horas devido à falta de ar.

Lembramos que a urgência mais próxima foi recentemente encerrada, no âmbito da reestruturação da rede de urgências, e que o actual sistema de activação enferma de graves deficiências, resultandes de uma inadequação à realidade nacional, de fragilidades a nível de coordenação, de comunicações e de escalonamento.

Há muito que Portugal devia ter implementado a referenciação geográfica das chamadas, algo que facilitaria o socorro, sendo aconselhável que cada viatura de socorro seja localizada permanentemente sobre um mapa digital, com a possibilidade de alerta em caso de alguma eventualidade, como uma imobilização forçada.

É também necessário que exista, para além de um planeamento realista na distribuição de meios, uma previsão de meios de substituição ou de reserva, activáveis automaticamente em caso de necessidade, devidamente posicionados de forma a poder chegar a qualquer local do seu raio de acção dentro do espaço de tempo que permita um socorro eficaz.

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