domingo, abril 20, 2008

Terceira morte numa semana na Régua devido a atrasos no socorro


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Uma ambulância do INEM numa missão

Pela terceira vez na mesma semana, um residente do concelho de Peso da Régua perdeu a vida em circunstâncias que envolvem atrasos no accionamento de meios de emergência do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Uma mulher de 38 anos, que sofria de doença grave, moradora a escassos 200 metros do Hospital de D.Luís I, na Régua, esperou em vão por uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), chamada pelos bombeiros, que após chegarem ao local verificaram que a situação exigia meios de que não dispunham.

Transportada pelos bombeiros para o Hospital de Vila Real, acabou por morrer, ao início da tarde seguinte, acreditando a família que, caso tivesse sido socorrida atempadamente pela VMER, poderia ter sobrevivido.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro confirmou que, devido a doença do médico escalado para este período, a VMER esteve inoperacional durante a manhã, entrando ao serviço pelas 14:00 já com outra tripulação.

Quer este responsável, quer o porta-voz do INEM sublinharam, no entanto, que a vítima estaria em paragem respiratória e tinha um cancro em fase terminal, sendo que mencionar esta última doença, que nada terá a ver com o desfecho, algo que consideramos abusivo, como se por estar gravemente doente não merecesse o mesmo tipo de cuidados reservado a outros pacientes.

Por outro lado, o facto de a vítima ter uma doença grave não pode ser relacionado com a inoperância da VMER, sendo que a justificação dada equivale a uma forma de dizer que a vítima não perdeu muito tempo de vida, algo que, objectivamente, não pode ser quantificado.

Queremos, finalmente, relembrar algumas das considerações do texto anterior, relativamente a outra ocorrência na mesma área geográfica, bem como as que temos tecido quanto às consequências para os utentes e para o socorro de uma reestruturação que, avaliando pelas consequências, não teve em devida conta as especificidades de cada região do País, nomeadamente em termos de acessibilidades, de equipamentos, de meios e, o que também é essencial, na confiança que se deve transmitir às populações, sem o que estas tenderão a abandonar os locais onde vivem, migrando para os grandes centros urbanos.

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