A esperada substituição do Director-Nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, pelo coordenador-superior, Almeida Rodrigues, nos últimos anos subdirector nacional adjunto da directoria de Coimbra, merece um breve comentário, não obstante este não ser um dos temas centrais deste espaço.
Apontamos o exemplo da PJ para exemplificar como uma liderança inadequada, onde as falhas de comunicação, os sucessivos lapsos e a quebra da cadeia de comando e da própria solidariedade dentro da instituição podem ter efeitos negativos e comprometedores para a operacionalidade e o prestígio da mesma.
A escolha de Almeida Rodrigues, que começou a sua carreira profissional como agente, foi vencedor do concurso interno para coordenador-superior e protagonista de alguns dos maiores sucessos recentes a nível de investigação criminal, como a prisão de "El Solitário" ou do cabo Costa, pode surpreender alguns, dado tratar-se de um investigador criminal de carreira e não de um magistrado, mas surge como lógica a vários níveis.
Esta opção permitirá fazer reflectir o prestígio e a competência pessoal do novo Director-Nacional sobre a instituição e a objectividade subjacente à sua nomeação permite afastar suspeitas de clientelismo, favorecimento pessoal ou de influência a nível político-partidário e demonstrando, e talvez seja este o aspecto fundamental, que ainda é possível progredir desde as bases até ao topo de uma instituição pública por mérito próprio.
Fazemos votos para que Almeida Rodrigues, que há muito merece a nossa confiança e estima pelo esforço desenvolvido, restaure a confiança na investigação criminal, factor essencial para vencer o actual clima de insegurança, e devolva à PJ o prestígio que foi abalado com processos recentes, como o caso Maddie McCann, a violência relacionada com os negócios da noite no Porto ou a atentado junto do bar "O avião", acabando com a sensação de impunidade quando os crimes assumem contornos de maior complexidade.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário