Um veículo militar da GNR no Iraque
A sugestão de falta de apoio psiquiátrico nas forças de segurança, apontada por Daniel Sampaio como uma das causas para as situações de suicídio, não será suficiente, dado que a prevenção e o alerta deverá partir primariamente de quem conviva diariamente com quem possa estar a enfrentar uma depressão, nomeadamente colegas ou superiores hierárquicos, que deverão ter a sensibilidade e formação adequada para o fazer sem quebrar relações de confiança.
Outra possibilidade é a de algo semelhante a "buddy system", em que um elemento se responsabiliza por outro e vice-versa, assumindo a responsabilidade de se manter alerta e adoptar as medidas necessárias caso surja uma situação potencialmente perigosa, sendo que este sistema ajuda a manter a privacidade e aumentar a confiança mútua, mas pode limitar as possibilidades de alerta.
Tal implica também uma alteração da mentalidade, de modo a que reportar um problema de depressão de um colega, que pode ser apercebido através de uma conversa, de uma atitude temerária, em que o risco não está de acordo com a importância do objectivo, seja visto como um acto de solidariedade e não como uma traição ou uma delação.
A formação de elementos disseminados pelas unidades, seria uma solução possível e economicamente viável se integrada numa aprendizagem mais abrangente, que inclua a negociação com sequestradores ou barricados, dado que estas situações podem evoluir na direcção do suicidio, razão pela qual os currículos em diversas polícias abrangem todas estas possíveis ocorrências.
Dada que a evolução da criminalidade em Portugal aponta para um possível aumento do número de sequestros, muitas vezes associados ao "car jacking", a necessidade de formação específica de um maior número de elementos policiais nas fases perliminares da área da negociação pode constituir uma oportunidade para abordar igualmente a problemática da prevenção e dissuação do suicídio.
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