Devemos, no entanto, lamentar o facto de existir quem, de forma demagógica, proceda a este tipo de comparação, que carece de objectividade nem esconde o facto de, na União Europeia, Portugal ser responsável por 60% da área ardida este ano.
Também de pouco adianta apontar para questões climáticas, sabendo-se desde há muito que o clima está efectivamente a mudar e uma eventual imprevisibilidade é, em sí mesma, previsível e obriga a um planeamento ajustado a esta nova realidade, contemplando um sistema mais flexível e com uma maior rapidez de resposta.
Mesmo o elevado número de ignições, cujas causas apontam essencialmente para a negligência, enquanto a rápida propagação se deve, essencialmente, ao actual estado das florestas e matos, bem como a um Verão particularmente quente, só marginalmente pode constituir uma justificação que, quando o clima for favorável, era menorizado pelo poder político, ansioso por recolher os louros de uma falsa vitória.
No entanto, também é de salientar que apontar para o Ministério da Administração Interna, para a Autoridade Nacional de Protecção Civil ou para o dispositivo de combate, exigindo-lhes satisfações por uma situação cuja génese está na manifesta ausência de prevenção, imputáveis sobretudo à estrutura do Ministério da Agricultura e às autarquias, revela falta de conhecimento da realidade e em nada contribui para uma solução de fundo.
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