segunda-feira, janeiro 23, 2006

Auto-estradas com valas perigosas


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Auto-estrada da Brisa em obras

Há duas auto-estradas portuguesas, a A2 e a A6, cujos separadores entre vias são valas de terra, e não as habituais cercas metálicas, que segundo um estudo do Instituto Superior Técnico indica, permitem, em caso de acidente, que os carros passem para a via contrária e possam chocar de frente com os veículos que se deslocam em sentido oposto.

"Foi verificado que a possibilidade de atravessamento do separador central em AE é uma realidade concebível, em que as suas consequências podem ser devastadoras", como o acidente ocorrido em Junho de 1998 na A2, ao quilómetro 103, entre Grândola e Setúbal onde sete pessoas morreram e três ficaram gravemente feridas quando um carro se despistou para a esquerda, transpondo a vala de terra, e colidindo num segundo veículo que seguia em sentido contrário na mesma auto-estrada.

A investigação do IST, indica que tanto em caso de despiste sem travagem como em caso de acidente em que se usa o travão, a transposição da vala para o sentido contrário da A6 é possível, mesmo a 60 km/h.

Para este estudo, feito com base na análise de simulações feitas em computador, os ângulos mínimos de entrada na vala que foram estudados vão de 15º a 55º.

Actualmente, na sequência de uma decisão tomada pela comissão executiva da Brisa a 16 de Fevereiro de 2005, foi iniciada em Dezembro passado a colocação dos separadores, com previsão da conclusão das obras para Março deste ano.

É inaceitável que a Brisa tenha optado por esta solução, que não garante um mínimo de segurança, sem efectuar os necessários testes, e, sobretudo, que não a tenha substituido imediatamente a seguir ao acidente de que resultaram vítimas mortais.

Se bem que a utilização de valas possa ser utilizada com sucesso, implica maiores distâncias e dispositivos de desaceleração, algo que tem custos elevados e que a Brisa, não obstante os lucros que tem vindo a registar, optou por não pagar.

Espera-se que esta solução não venha a dar lugar a um sistema de "rails" não protegidos que tantas vítimas tem feito entre os motociclistas e se opte por uma solução que ofereça aos utentes das auto-estradas a segurança que todos merecem.

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