segunda-feira, abril 24, 2006

GNR não vai substituir bombeiros no combate aos fogos


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António Costa passa revista à GNR

O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, garantiu que o Governo não pretende substituir nenhum agente de Protecção Civil com a criação do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro (GIPS) da GNR.

Na cerimónia de encerramento do primeiro curso de formação do GIPS da GNR, em Portalegre, o ministro salientou que a missão desta unidade especializada é "reforçar e apoiar" os outros agentes de Protecção Civil no combate aos incêndios e outras calamidades naturais.

"Esta unidade não foi criada para substituir qualquer outro agente de Protecção Civil. Sabemos que a coluna dorsal da Protecção Civil em Portugal é assegurada pelo esforço abnegado e voluntário dos bombeiros", declarou o ministro.

António Costa considerou "correcta e racional" a decisão de criar esta unidade especializada de Protecção Civil dentro da GNR para apoiar no combate aos incêndios, afirmando que "a GNR é uma força que tem dispositivo em todo o território, tem enquadramento e capacidade administrativa e logística. Se este grupo fosse criado numa outra instituição teria que ser feito tudo de novo".

O ministro enalteceu ainda o trabalho desenvolvido pela GNR no âmbito da criação deste Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro, dizendo que "se há algo que, passados seis meses, tenho a dizer é que a GNR esteve à altura e cumpriu o desafio que o Governo lhe colocou".

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, também participou na cerimónia, no Agrupamento de Instrução de Portalegre da GNR, entregando insígnias a alguns dos elementos que participaram no curso de formação da unidade especializada da GNR.

Em declarações aos jornalistas, Duarte Caldeira assegurou que estão ultrapassadas todas as dúvidas acerca do papel a desempenhar pelos bombeiros e por esta unidade especializada da GNR no combate aos incêndios.

"Nunca houve problemas entre bombeiros e GNR", disse Duarte Caldeira, afirmando que "está perfeitamente clara a delimitação de missão entre a GNR e os bombeiros".

"A nossa preocupação tinha a ver com essas dúvidas e esclarecidas que estão, estamos preparados para o desafio que todos os anos se coloca aos bombeiros", salientou o presidente da LBP.

No primeiro curso de formação do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da GNR, que decorreu ao longo dos últimos seis meses em Portalegre e na Lousã, participaram os 306 elementos que vão intervir na próxima fase do combate aos incêndios em Portugal, a partir do dia 15 de Maio.

Como referimos anteriormente, os elementos da GNR que participaram no curso de formação estão distribuídos por três companhias que vão actuar nos distritos de Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria e em Faro, considerados de maior risco.

Verifica-se também que houve uma substancial mudança na posição da LBP relativamente à intervenção do GIPS, facto que é fácil de constatar pelas anteriores declarações deste e outros dirigentes da Liga.

Se, por um lado, é positivo assistir a esta reconciliação, cabe-nos interrogarmo-nos acerca de uma tal alteração de perspectivas a qual se deve, segundo o presidente da LBP, apenas a "dúvidas que estão esclarecidas".

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