segunda-feira, maio 22, 2006

Bombeiros do Cartaxo demitem-se


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Bombeiros em acção no Verão de 2005

O comando da corporação de bombeiros do Cartaxo demitiu-se em bloco contra aquilo que considera ser uma política autárquica de cortes orçamentais, que levou à saída de sete elementos.

Em declarações à Agência Lusa, Paulo Catarino, comandante demissionário dos bombeiros, explicou que a estrutura perdeu sete elementos profissionais, dois deles por não renovação dos contratos, colocando em causa a própria gestão do dispositivo de protecção civil.

"Face à contenção das despesas não posso continuar a assumir a responsabilidade desta situação", afirmou o comandante que já viu o seu pedido de demissão aceite pela autarquia, à semelhança do resto dos elementos de comando.

Os bombeiros do Cartaxo são um corpo misto, com cerca de três dezenas de elementos profissionais e outros tantos voluntários, e este impasse na gestão da corporação tem estado a arrastar-se desde Janeiro, quando foi público que a autarquia queria impor novos cortes.

"Nós já reduzimos muito nas despesas de pessoal mas não podemos fazer mais", afirmou Paulo Catarino, que irá manter as funções de comandante somente até ao final do mês.

Sábado de manhã, decorreu uma reunião entre os bombeiros e a autarquia, que garante a escolha de um comando de acordo com as necessidades da corporação e do concelho, mas que respeite as novas regras orçamentais.

No entanto, esta posição da autarquia poderá levar ao abandono de grupos de voluntários da corporação, como explicou à Agência Lusa um dos bombeiros, que deu um prazo de uma semana a todas as partes para ultrapassar o impasse.

Mesmo sabendo que existem dificuldades orçamentais, tal como acontece na maioria das autarquias a nível nacional, a opção por cortes em áreas tão sensíveis como as respeitantes ao socorro das populações, para além de consequências graves para a segurança destas, tem uma leitura política que não deixará de ser explorada na altura própria.

Esta situação é ainda mais grave porque a corporação do Cartaxo, com parte dos elementos profissionais e outra parte como voluntários, poderia ser um bom exemplo do equilibrio que se devia alcançar em termos organizativos, sendo esta a direcção certa no futuro.

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