terça-feira, agosto 29, 2006

Liga dos Bombeiros ameaça suspender formação em Bragança


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Treino de bombeiros numa escola pública

O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) considerou que as instalações da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) no centro de Bragança não têm condições mínimas de funcionamento, admitindo suspender a formação naquele polo que funciona em condições provisórias há 8 anos.

Segundo Duarte Caldeira, se, até ao final do ano, se mantiver o impasse com as instalações, "não ser mais possível manter a actividade formativa em instalações que são provisórias há oito anos e que não têm condições para ministrar formação prática, apenas teórica".

Por falta de espaço nas instalações, a formação está reduzida a cursos teóricos de operadores de central, sem possibilidade de cumprir os objectivos em áreas essenciais como o combate a incêndios ou salvamento e desencarceramento.

Actualmente, durante a época de incêndios, a formação está suspensa, sendo retomada em Setembro, mas, nas actuais condições, o polo de Bragança terá actividade apenas até ao fim do ano, não sendo elaborado o plano de actividades para o próximo ano.

Dada a falta de condições, o presidente da LBP considera não se justificar deslocar bombeiros de todo o País até Bragança apenas para manter de forma artificial este polo de formação, o único que, ao contrário das instalações de Sintra, Lousã e S. João da Madeira, não oferece condições para formação prática.

O centro de formação de Bragança da Escola Nacional de Bombeiros funciona, desde a sua abertura em 1998, de forma provisória numas antigas instalações da Polícia de Segurança Pública, existindo um projecto para a construção de um edifício de raiz, na Quinta da Trajinha, em terrenos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, através de um protocolo que nunca foi oficializado.

Perante o impasse e a disponibilidade já manifestada por outras câmaras do distrito em oferecerem condições para a instalação do centro, o presidente da Liga considerou que se "deve avançar para outras soluções se o impasse se mantiver em Bragança".

Em resposta ao presidente da LBP, o governador civil do Distrito de Bragança, Jorge Gomes, garantiu existir "uma solução, que não será discutida na comunicação social, mas em sede própria" e lembrou uma reunião que teve lugar há alguns meses, na qual estiveram presentes as várias partes envolvidas no processo, desde os bombeiros ao secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões.

Adiantou ainda que "tal como ficou assegurado nessa reunião, o centro de formação de Bragança não vai encerrar, existe uma solução para que se mantenha no distrito de Bragança", sem, no entanto, esclarecer se o polo continuará nesta cidade ou num dos concelhos da região que já manifestaram disponibilidade e interesse em o acolher.

Deve-se, no entanto, recordar que, após a reunião efectuada, não houve progressos, mantendo-se tudo como na altura, razão pela qual é natural a revolta de quem pretende uma solução para os problemas de formação dos bombeiros.

Sendo importante manter um polo nesta região, a aceitação de uma situação que é, a todos os títulos, incompatível com uma formação séria e credível, não justifica manter de forma meramente simbólica o que não é mais do que um simples conjunto de salas de aulas, incapazes de proporcionar todas as vertentes que uma escola de bombeiros deve dar aos seus alunos.

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