Uma "t-shirt" é todo o equipamento que está a disposição dos jovens de Baião que se predispuseram a vigiar a floresta do concelho, durante duas semanas, em turnos de 6 horas, a troco de 180 euros, integrados no "Programa Voluntariado Jovem para as Florestas" promovido pelo Instituto da Juventude e Câmara Municipal de Baião.
As equipas são constituidas por dois voluntários que se revezam ao início da tarde, nos postos das zonas-sombra, ou seja, que não estão cobertos pela rede nacional de postos de vigia fixa e vigiam, à vista desarmada, as serras do Marão, Aboboreira e Montemuro.
Ao mais pequeno sinal da presença de fumo, os jovens recorrem ao telemóvel particular para alertar os bombeiros da área em causa.
A vigilância é complementada com a patrulha móvel, com um voluntário, ele próprio bombeiro, a percorrer a área numa motorizada disponibilizada pela Câmara, veículo absolutamente inadequado a este tipo de missão.
Sem formação, sem material que não seja uma "t-shirt" que mais do que uma forma de identificação, é uma publicidade à actividade, os participantes pouco podem contribuir para a prevenção de incêndios, com a agravante de gastarem verbas que podiam ser utilizadas de forma muito mais eficaz.
Com uma verba semelhante e alguns apoios publicitários de empresas locais, sobretudo das que operam a nível de hotelaria, mas também com recurso à Lei do Mecenato, não é difícil substituir os dois jovens que esperam durante 6 horas que algo aconteça por dois adultos que, deslocando-se numa viatura todo o terreno, são capazes de cobrir uma área infinitamente superior.
Por esta razão, temos manifestado as maiores objecções ao "Programa Voluntariado Jovem para as Florestas", que é basicamente ineficaz, desperdiça recursos públicos e, para além de uma eventual sensibilização dos participantes, em pouco contribui para a prevenção dos incêndios florestais.
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