segunda-feira, outubro 02, 2006

O Beriev e a pescada


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Antes de o ser já o era: a pescada

Alguém sabe qual a semelhança entre o Beriev Be-200 e uma pescada?

Provavelmente não, mas aquilo que os torna parecidos é que ambos antes de o serem já o eram.

A pescada, como todos sabem, já tinha esse nome antes mesmo de ser, passe a redundância, pescada e seguir o seu destino para a mesa de um apreciador.

Quanto ao Beriev Be-200, que esteve em testes durante este Verão, após o acordo de pagamento através da amortização da mítica dívida soviética para com o nosso País, obviamente seria adquirido, pelo que a avaliação operacional teria que coincidir com a análise financeira.

Assim, também neste caso, antes de o ser, já o era, pois nem mesmo algumas óbvias desvantagens quando comparado com o Canadair foram tidas em conta e mesmo as deficiências ou limitações do avião passaram para limitações da orografia, essa sim, a grande culpada por tudo quanto correu mal, tal como o lamentável acidente que quase o destruiu na barragem da Aguieira.

E aqui, a velha frase conhecida na IBM e no mundo informático, não é um “bug”, é uma “feature”, ganha uma nova dimensão, pois não estamos a falar de uma qualquer falha, limitação ou deficiência, mas tão somente de algo previsto na altura da concepção e perfeitamente enquadrado no funcionamento do mesmo.

Portanto, para alegria de um Governo que, independentemente da valia técnica, vai ter os seus aviões de combate aos incêndios enquanto anuncia que resolveu um problema secular, vamo-nos preparando para ver nos ares de Portugal o célebre Beriev, que no Verão vai transportar água e no Inverno talvez possa servir de táxi aéreo em substituição dos Falcon.

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