Três famílias do concelho de Ourém, das localidades de Freixianda e Urqueira, receberam casas reconstruidas através de fundos recolhidos em campanhas de solidariedade promovidas pela Cáritas.
Esta instituição está a financiar a reconstrução de um total de 27 habitações, oito das quais no concelho de Ourém, no âmbito de um protocolo assinado com a autarquia local em Outubro de 2005.
O acordo prevê que seja a autarquia a fazer o levantamento e selecção e elaborar os projectos de reconstrução, cabendo à Cáritas o apoio financeiro na adjudicação e pretende recuperar as habitações destruidas pelos incêndios do Verão de 2005, que destruiram perto de um terço da área florestal de Ourém.
A Cáritas tem apoiado as vítimas dos incêndios de 2005 sobretudo nas Dioceses de Coimbra, Guarda, Leiria/Fátima e Vila Real, onde houve diversas habitações destruidas pelas chamas.
Não podemos deixar de salientar o esforço de solidariedade de todos quantos contribuiram para que estas famílias voltassem a ter um lar, bem como a importância da intervenção da sociedade civil, sem o que as vítimas dos incêndios de 2005 dificilmente teriam perspectivas de refazer a sua vida.
No entanto, devemos lembrar que a intervenção do Estado foi escassa, muitas vezes alheando-se dos problemas e que é necessário que a sociedade aja de forma proactiva, tomando medidas e colaborando de modo a prevenir os incêndios.
A nossa perspectiva, que não tem sido seguida pela maioria dos decisores e dos próprios fazedores de opinião, é a de que a mobilização da sociedade deve ser feita com antecedência, seja cumprindo as normas vigentes que visam prevenir os incêndios, que é o mínimo exigível, ou indo mais longe e colaborando activamente na própria prevenção.
No caso concreto da comunicação social, temos assistido a uma cobertura dos incêndios, muitas vezes explorando o sofrimento das vítimas, mas sem qualquer empenho na divulgação de acções que, pelos seus resultados, privassem os noticiários do seu principal tema de Verão.
Caso se verifique a alteração que propomos, provavelmente não haverá tantas famílias com a vida suspensa durante mais de um ano, enquanto esperam poder readquirir algum tipo de normalidade, já que será impossível esquecer os traumas resultantes da destruição do lar.
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