Helicóptero ligeiro Eurocopter AS 350 B3
Este ligeiro atraso relativamente à previsão inicial, que apontava para o mês de Maio, não afecta o contratualizado, já que a Heliportugal apenas tem que disponibilizar os 10 helicópteros a partir do dia 1 de Julho, mesmo que recorrendo a aeronaves de substituição.
As primeiras unidades a chegar, previsivelmente, serão dois helicópteros pesados Kamov Ka-32, de fabrico russo, e um heli ligeiro Ecureuil AS 350 B3 de origem francesa.
Os Ka-32 serão transportados a partir da Rússia em aviões de carga e desembarcados na Base Aérea da Ota, enquanto os Ecureuil virão a voar desde França, sendo que este voo será rentabilizado para efeitos de testes e para verificar a electrónica das aeronaves.
A chegada das restantes sete unidades, que incluem quatro Kamov e três Ecureuil, está prevista para os meses de Julho e Agosto.
No entanto, após chegarem a Portugal e antes e ficarem operacionais, os helicópteros terão de ser remontados e, no caso dos Ka-32, deverão ser submetidos a testes e certificação, após o que serão registados como aeronaves de Estado.
Por outro lado, a formação de pilotos na operação dos Ka-32 vai começar, tal como previsto, a 2 de Maio, com meios da Heliportugal, conforme ficou contratualizado entres esta empresa e o Estado.
O conjunto de pilotos já contratados pela recém-criada Empresa de Meios Aéreos, será complementado por 12 pilotos russos, nos termos de um acordo com a Kamov, que visa suprir as dificuldades de recrutamento que se verificaram no nosso País.
Entretanto, já decorre desde o início de Abril no aeródromo de Tires, perto de Cascais, a formação de 18 mecânicos e técnicos da empresa, bem como alguns elementos do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC).
O prazo inferior a um mês entre a chegada, montagem e testes surge, no entanto, como curta, sobretudo no caso dos Kamov, que requerem uma maior adaptação não apenas por parte das tripulações e pessoal de terra, como também a nível de coordenação com os meios e controle em terra.
Mesmo com a participação e pilotos russos, que supomos estarem treinados no tipo de missão a que estas aeronaves se destinam, o combate aos incêndios é, acima de tudo, um trabalho de equipa onde o planeamento e a complementaridade de meios determina o sucesso ou fracasso e o próprio nível de riscos que se tem que enfrentar.
Assim, o prazo de 25 dias que surge agora, parece insuficiente para que os próprios procedimentos e planeamento de acções sejam devidamente estabelecidos e acautelados, quanto mais para testar a coordenação com outros meios, a compatibilização com sistemas de comando, que envolvem comunicações terra-ar nem sempre fáceis de estabelecer, bem como um sem número de detalhes que necessitam de ser devidamente avaliados.
Lembramos que a falta de um planeamento adequado foi responsável pelo acidente com o Beriev Be-200, sendo o assunto tratado de uma forma que nos pareceu leviana, desculpabilizando quem tinha a responsabilidade de verificar dados geográficos e operacionais e que, pela forma como planeou as missões, poderia ter originado uma tragédia.
Em consequência, a utilização dos Ka-32, já que os AS 350 levantam menos problemas, a partir dos início de Julho, com tripulações russas que desconhecem a orografia do nosso País e poderão ter algumas dificuldades de comunicação, pode revestir-se de um elevado risco e de uma reduzida eficiência que dificilmente rentabilizará os meios agora adquiridos.
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