segunda-feira, dezembro 10, 2007

Proíbida contratação de médicos de países sub-desenvolvidos


Image Hosted by Imageshack
Atendimento médico em África

Um dos principais problemas com que os países sub-desenvolvidos se deparam é a falta de pessoal qualificado, sobretudo na área da saúde, algo que é agravado pela contratação destes profissionais por parte de países comparativamente mais ricos e que podem oferecer melhores condições.

Para muitos países, o esforço no sentido de formar e qualificar profissionais é imenso e desproporcionado, comprometendo preciosos recursos que, muitas vezes, não representam uma melhoria efectiva das condições de vida das populações, dado prestarem pouco tempo de exercício da sua profissão antes de serem atraidos por contratos de trabalho vantajosos provenientes da Europa ou dos Estados Unidos.

A decisão de tomar medidas no sentido de parar a sangria de pessoal qualificado, impondo restrições em contratações que impliquem a sua saida do país de origem é bem vinda e necessária para evitar este autêntico flagelo, apesar de poder colidir com a liberdade individual de cada profissional.

Compatibilizar estas duas vertentes é, sem dúvida, complexo, pelo que somos favoráveis a que, como contrapartida pela sua formação, exista uma obrigatoriedade de prestar serviço na área da especialidade durante um número de anos que rentabilize o investimento feito, após o que estes profissionais estariam livres para optar por uma carreira no estrangeiro.

Esta hipótese deve ser, obviamente, encarada com cautelas, dado que, após os anos de trabalho, estes serão profissionais cuja experiência é necessária para a formação de novos técnicos e para o desempenho de funções de chefia, coordenação ou para as quais seja necessária uma maior especialização.

Estamos, no entanto, crentes que após alguns anos de carreira e a possibilidade de ascender a cargos de maior relevo, serão numerosos os que escolham ficar nos países de origem, desempenhando funções mais qualificadas e melhorando o nível de vida das populações.

Há muito que este tipo de medida se impunha, sendo escandaloso que países desenvolvidos subsidiassem a formação em nações pobres para, no termo do processo de aprendizagem, recuperarem os formandos, obtendo assim mão de obra especializada a um baixo preço.

Espera-se que se passe rapidamente das palavras aos actos, repondo alguma justiça e favorecendo os cuidados de saúde entre os que mais necessitam.

Sem comentários: