terça-feira, dezembro 11, 2007

Memória selectiva


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Fogo florestal durante a noite

O ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira, voltou a congratular-se com os resultados obtidos este ano no combate aos incêndios florestais, salientando a melhoria da cooperação e da coordenação entre as várias entidades que integram a Protecção Civil.

O titular do MAI recordou, mais uma vez, que estão previstos investimentos em meios para as forças de segurança e serviços de Protecção Civil, que vão ser reforçados até 2013 com 150.000.000 de euros, provenientes de fundos da União Europeia, a que acrescem mais 40.000.000 do Estado português.

Para o responsável do MAI "nunca mais vamos assistir à atrapalhação e desorganização de anos anteriores" pois "existe actualmente um clima de boa coordenação entre todos os agentes".

O ministro fez estas declarações durante a inauguração do quartel dos bombeiros de Vila Viçosa, cujo valor de 1.000.000 de euros, foi suportada em 50% pelo Estado, sendo o restante proveniente da venda do antigo quartel à autarquia para ser instalado o posto da Guarda Nacional Republicana.

Cerca de duas semanas após o pior mês de Novembro de que há memória em termos de incêndios florestais, o MAI parece já ter esquecido as dificuldades que então se viveram após grande parte do dispositivo ter sido desmobilizado, bem como a necessidade de proceder a reforços ou a queda de um helicóptero.

Enquanto se espera pelos resultados dos inquéritos e por uma avaliação isenta da campanha do Verão passado, resultados conjunturais são exibidos por quem pouco ou nada contribuiu para os excepcionais números verificados em 2007 em termos de ocorrências e de área ardida, pelo que nos interrogamos sobre os comentários e desculpas que ouviremos caso no próximo ano se verifiquem piores resultados no combate aos fogos.

Felizmente, a memória humana é selectiva e acontecimentos tramáticos ou simples más recordações tendem a ser apagadas, sendo o espaço vazio preenchido por um conjunto de fantasias que, podendo ser inofensivas na maioria dos casos, são de extremo perigo quando protagonizadas por alguém com poder político.

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