Bombeiros numa missão de socorro
Este número está abaixo de metade do previsto pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e parece cada vez mais longe atingir as 200 EIP previstas em três fases até ao ano de 2009.
Mesmo a nível legislativo, a integração das EIP numa perspectiva globalizada de segurança, na qual são incluidos aspectos que vão desde a protecção policial à prevenção rodoviária, também atrasou o processo, estando muitas autarquias à espera de uma versão final dos diplomas.
Podem-se apontar várias causas para este fracasso, seja a nível de indefenição legislativa, seja devido aos encargos, estimados em perto de 33.000 para a autarquia e para a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), mas também a dificuldades de coordenação, recrutamento ou gestão de pessoal.
Facto concreto, é o de que esta promessa governamental parece sem cumprimento à vista, não obstante as declarações do responsável do MAI, Rui Pereira, para quem "as equipas de primeira intervenção estão a ser criadas a bom ritmo e sobretudo em concelhos onde o risco de incêndio é maior".
No entanto, estas EIP, pela sua estrutura e pelo número de efectivos deixam muitas dúvidas quanto à sua capacidade de resposta, sobretudo quando se calcula a disponibilidade real com base em escalas de rotação de serviço, do que resulta uma grave dificuldade em termos de disponibilidade.
Somos favoráveis a que as EIP existam, numa primeira fase, a nível distrital, juntamente com outros meios de reserva, ou de associações de municípios, de modo a que possam estar permanentemente disponíveis equipas completas, com a necessária capacidade de intervenção, independentemente da existência de turnos, após o que, depedendo das condições, se poderia alargar o programa a municípios isolados.
2 comentários:
O problema é o vazio legal existente a nível profissional desses homens e os milhares profissionais existentes nos corpos de Bombeiros associativos, que depois de contratados vem-se depois a efectuarem serviços fora do seu âmbito.
Os EIP não são nada recentes no nosso país, existem a décadas em muitos corpos de Bombeiros, principalmente na região de Lisboa, onde são financiados a 100% pelas autarquias, homens contratados para prestarem um determinado serviço sobre um determinado protocolo, onde depois de criados são usado um pouco em tudo, principalmente em serviços de consultas.
Olá
A realidade em Lisboa e arredores e no Interior do País é muito diferente, quer em termos de financiamento quer de efectivos e de disponibilidade.
Muitas das soluções que funcionam em zonas populosas, de cariz urbano, onde vivem os nossos governantes, não são aplicáveis em locais onde as autarquias não têm dinheiro para despesas correntes e há tão poucos habitantes jovens que não há recrutamento que funcione.
Estes problemas são indissociáveis das assimetrias do nosso País e só podem ser resolvidos desenvolvendo as regiões mais pobres e abandonadas.
Um abraço
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