quinta-feira, março 27, 2008

Menos dois aviões pesados pagam novos polícias - 1ª parte


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Reabastecimento de água de um Canadair CL-415

O ministério da Administração Interna (MAI) anunciou que a verba para suportar o recrutamento de 2.000 novos agentes para as forças de segurança resulta da não aquisição, após adiamento, de dois aviões pesados de combate aos incêndios florestais.

Para o MAI, os seis Kamov Ka-32 podem substituir dois meios aéreos pesados, numa contabilidade que, obviamente, ficou por explicar, dado que ao desempenharem as funções de outro meio, os helicópteros não poderão executar as suas missões originais, que não se prendem unicamente com o combate aos fogos.

Por outro lado, mesmo tendo em conta a capacidade dos Ka-32, que podem ir até aos 5.000 litros, ficam abaixo dos 6.000 litros transportados por um Canadair e são muito menos do que os 12.000 de um Beriev Be-200, sendo ainda necessário avaliar questões como a velocidade, locais de abastecimento, condições de operação, manutenção e tantas outras que fazem com que aviões e helicópteros sejam complementares e não substitutos uns dos outros.

Este recuo, que tem a anuência da Autoridade Nacional de Protecção Civil, dependente funcional e hierarquicamente do próprio MAI, contraria os estudos e os pareceres efectuados quando António Costa era titular da pasta, altura em que foi estabelecido o princípio da aquisição de meios próprios pesados a serem instalados na base de Ponte de Sôr.

Esta opção resulta, aparentemente, de um certo deslumbramento perante a reduzida área ardida em 2007 bem como a cada vez menor área florestal, resultante da não reposição de muitas áreas queimadas, o que facilita o combate aos fogos, mas também aponta num sentido perigoso, concretamente o de que este é um País condenado a ver o seu Interior desertificado.

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