Reabastecimento de água de um Canadair CL-415
Para o MAI, os seis Kamov Ka-32 podem substituir dois meios aéreos pesados, numa contabilidade que, obviamente, ficou por explicar, dado que ao desempenharem as funções de outro meio, os helicópteros não poderão executar as suas missões originais, que não se prendem unicamente com o combate aos fogos.
Por outro lado, mesmo tendo em conta a capacidade dos Ka-32, que podem ir até aos 5.000 litros, ficam abaixo dos 6.000 litros transportados por um Canadair e são muito menos do que os 12.000 de um Beriev Be-200, sendo ainda necessário avaliar questões como a velocidade, locais de abastecimento, condições de operação, manutenção e tantas outras que fazem com que aviões e helicópteros sejam complementares e não substitutos uns dos outros.
Este recuo, que tem a anuência da Autoridade Nacional de Protecção Civil, dependente funcional e hierarquicamente do próprio MAI, contraria os estudos e os pareceres efectuados quando António Costa era titular da pasta, altura em que foi estabelecido o princípio da aquisição de meios próprios pesados a serem instalados na base de Ponte de Sôr.
Esta opção resulta, aparentemente, de um certo deslumbramento perante a reduzida área ardida em 2007 bem como a cada vez menor área florestal, resultante da não reposição de muitas áreas queimadas, o que facilita o combate aos fogos, mas também aponta num sentido perigoso, concretamente o de que este é um País condenado a ver o seu Interior desertificado.
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