sexta-feira, maio 16, 2008

China cria sistema de orientação por satélite


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Um satélite do Compass

A China anunciou que está a criar o seu próprio sistema de navegação por satélite, concorrendo com o GPS norte-americano e o Galileo, em desenvolvimento na Europa, tendo já colocado em órbita os primeiros quatro satélites.

Prevê-se que o GPS chinês estará pronto em 2010, quando os 30 satélites que vão integrar o sistema estiverem operacionais, pelo que se poderá antecipar ao Galileo, sobretudo se nos lembrarmos que a China tem uma manifesta capacidade de cumprir prazos, algo que não se tem verificado a nível europeu.

O vice-director do China Satellite Navigation Project Center, Chengqi Ran, garante que o sistema de navegação será fiável e com a precisão necessária para responder às situações mais exigentes.

A utilização do sistema de GPS chinês será gratuita, mas está prevista a existência de um canal encriptado para utilizações específicas e que só será autorizado a um grupo restrito de utilizadres.

O sistema chinês, na sua versão inicial, apoiará os Jogos Olímpicos a realizar-se este Verão, no que será a demonstração da capacidade da China em termos científicos, tecnológicos e industriais.

Já não é a primeira vez que mencionamos ameaças que podem comprometer o Galileo, vindas do Glonass russo e de um previsível rival de origem asiática, concretizado agora com a apresentação de um sistema chinês, os quais colocam sob grande pressão o sistema europeu, podendo comprometer a sua viabilidade económica.

Torna-se, portanto, difícil de compreender a posição europeia, incapaz de cumprir prazos, dependente dos sistemas de lançamento russos para colocar satélites em órbita, enfrentando dificuldades de coordenação e financiamento, mas obstinando-se num projecto cujas permissas iniciais há muito deixaram de ser verdadeiras

Este anúncio acaba por ser, simultaneamente, uma prova de vitalidade da China e da Ásia e da fraqueza de uma Europa, onde a falta de competitividade a nível dos grandes projectos em parte fruto des dificuldades políticas, compromete seriamente a viabilidade de iniciativas nas quais se depositaram grandes esperanças.

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